Israel anunciou nesta terça-feira (7) que assumiu o controle do lado palestino da passagem de Rafah, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito. Segundo o Exército israelense, o lado leste do território “estava sendo usado para fins terroristas”.
A passagem de Rafah é utilizada para a retirada de civis palestinos e estrangeiros que estavam na Faixa de Gaza, entre eles os brasileiros repatriados. O local é a porta de entrada de ajuda humanitária no enclave palestino.
Os militares israelenses afirmaram que, além de matarem 20 combatentes e a destruição da infraestrutura do grupo terrorista Hamas na área, as suas forças também localizaram “três eixos operacionais”.
“Após a inteligência indicar que a passagem de Rafah, no leste da cidade, estava sendo usada para fins terroristas, as tropas das Forças de Israel obtiveram o controle operacional do lado de Gaza da fronteira”, informou o Exército israelense em comunicado.
As Forças de Israel afirmaram também que “atacaram e eliminaram alvos terroristas do Hamas na área de Rafah, incluindo estruturas militares, infraestruturas subterrâneas e infraestruturas terroristas adicionais a partir das quais o grupo terrorista operava na cidade”.
Israel declarou ainda que também fechou a passagem de Kerem Shalom, no sul de Gaza, que fica na tríplice fronteira entre o território palestino, Israel e Egito.
Segundo a emissora árabe Al Jazeera, o Ministério das Relações Exteriores do Egito disse que a operação militar israelense em Rafah ameaça os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza.
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que as autoridades de Israel negaram o acesso à passagem de Rafah para o sul de Gaza. “Atualmente não temos qualquer presença física na passagem de Rafah, pois o nosso acesso foi negado”, afirmou Jens Laerke, porta-voz da agência humanitária da ONU.
Itamaraty condena operação em Rafah
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores condenou a operação de Israel contra a cidade de Rafah. Segundo o Itamaraty, ao optar por “deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento”, o governo de Israel mostra “descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário”.
“O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza”, informou em nota o Itamaraty.
“Ao exortar todas as partes à interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns, o Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio”, completou.
