Jornal da Band

'Nova era em Portugal': Revolução dos Cravos acabou com horrores da ditadura

Regime salazarista dominou o país por quase 50 anos, repleto de tortura, prisões e perseguições

Fernando Mattar

Revolução dos Cravos acabou com ditadura de 50 anos
Revolução dos Cravos acabou com ditadura de 50 anos
Reprodução/Band

A Revolução dos Cravos, que completa 50 anos em 2024, acabou com os horrores da ditadura salazarista que dominava Portugal nos anos 70, repleto de tortura, prisões e perseguições. O movimento trouxe esperança e a sensação de uma nova era democrática ao país, que perdura até os dias atuais. 

O ex-prefeito de Lisboa e ex-ministro da Cultura, João Soares, é uma das testemunhas oculares do 25 de abril. Ele é filho de uma das figuras mais importantes da redemocratização portuguesa: Mário Soares. Para ele, a Revolução dos Cravos foi exemplar em diversos aspectos. 

“Foi menos de um ano após o golpe militar do Pinochet, no Chile, que esses são mesmo fascistas e que foram sanguinárias, mataram milhares de pessoas. Nós fizemos uma revolução, nós não, os militares profissionais fizeram uma revolução que reabilita os militares em Portugal e no mundo”, diz. 

João Soares até cita que a Revolução dos Cravos foi o dia mais feliz da vida dele. “Eu já tive muitos dias de felicidade, sou pai de cinco filhos e, portanto, tenho tido vários momentos de grande felicidades. Mas este continua sendo o mais feliz”, afirma. 

Para o jornalista brasileiro Ricardo Viel, que mora em Portugal, a data marca um momento de nova era no país. “Os relatos do que ocorreu em 25 de abril, nos dias posteriores, são muito bonitos. Assim, da festa, do alívio das pessoas e da esperança de que viesse uma coisa nova”, pontua. 

Em Alfama, um dos bairros mais tradicionais da cidade, berço do fado, da religiosidade e influência árabe, há o Museu do Aljube, Resistência e Liberdade. O local, que antigamente era uma cadeia que abrigou 30 mil presos, hoje relembra os momentos mais tensos da ditadura salazarista. 

O regime dominou Portugal por quase 50 anos, a maior parte do período, sob o comando do ditador Antonio de Oliveira Salazar. O museu todo é bem montado, com salas que mostram inúmeros processos de tortura, prisão, investigação e perseguição. 

Diversos locais relembram a data da revolução. A Ponte 25 de Abril, que liga a região de Setúbal a Lisboa, passando por cima do Rio Tejo. Até antes da revolução ela se chamava Ponte Salazar, mudando o homem em homenagem ao movimento.  

Veja o primeiro episódio da série sobre a Revolução dos Cravos:

Assista ao segundo episódio:

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