Abobrinha, pepino e tomate foram os vilões da inflação de janeiro

Produção de hortaliças da estação sofreram com altas temperaturas e excesso de chuvas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11) subiu 0,16% em janeiro, ficando em linha com a expectativa do mercado. O índice, utilizado como principal fator da inflação, foi puxado principalmente pelos alimentos. Mas, ao contrário do que ocorreu no mês passado, não foi o café moído o produto que mais subiu e sim, as hortaliças da estação.

No geral, o grupo de alimentação e bebidas teve alta de 0,96%. Este é o 5º aumento consecutivo do setor. A alimentação no domicílio subiu 1,07%, influenciada pelas altas da cenoura, tomate e café moído. Os alimentos tiveram aumento respectivo de 36,14%; 20,27% e 8,56%. 

O alimento campeão na inflação em janeiro foi a abobrinha, que teve aumento de 43,03% em janeiro, o pepino, com aumento de 38,33% e o tomate, com alta de 20,27%; Estes alimentos foram os que mais encareceram neste mês por um simples motivo: a sua produção foi afetada pelo clima, ou melhor, pelo excesso de chuvas e o calor muito intenso.

Outros alimentos como a cenoura, frutas como manga e maracujá, também aparecem na lista dos que mais tiveram altas de preços e o motivo é o mesmo, são os alimentos da época, que estão sendo afetados pelo clima.

São Paulo, Minas Gerais e Paraná possuem os maiores polos de produção de hortaliças como abobrinha, cenoura, pepino e tomate. Desde o início de dezembro, os preços destes produtos estão subindo (até que dispararam em janeiro). Todas as regiões foram fortemente afetadas por chuvas intensas e calor. As lavouras que não são protegidas, com estufas, ficam expostas ao excesso de umidade e mais suscetíveis a pragas e doenças, além de deformidades na casca.

Dados do Centro de Estudos de Economia Aplicada (Cepea) mostram que foi exatamente isso o que vem acontecendo com o tomate. O excesso de chuvas na região de Itapeva (SP), limitaram as colheitas durante todo o mês de janeiro e os frutos encontrados no campo estavam muito manchados e boa parte da produção foi descartada. O mesmo ocorreu com as abobrinhas. 

Já itens como a cebola tiveram alta de preços porque a safra está na sua fase final. Em janeiro, os produtores nas principais regiões produtoras iniciaram o plantio da nova safra de cebolas, que deve ter aumento de oferta a partir de maio.

 

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