Tarifaço de Donald Trump pode beneficiar o agro brasileiro

Brasil pode se beneficiar com a guerra comercial e ampliar exportações para os Estados Unidos e para a China

A guerra comercial entre alguns países e os Estados Unidos, que vem sendo anunciada pouco a pouco pelo presidente Donald Trump pode beneficiar o Brasil, em especial, o setor do agronegócio. 

O Brasil já é um dos principais exportadores de carne bovina para os Estados Unidos e a carne brasileira pode ganhar ainda mais espaço na mesa dos americanos com as taxações dos Estados Unidos aos países vizinhos como o México e Canadá, por exemplo. Essas taxações entrariam em vigor nesta terça-feira (4), mas foram suspensas por um mês.

O professor de agronegócios do Insper, Marcos Jank, explica que os EUA importam em torno de US$ 7 bilhões somente em carnes do México e do Canadá e a taxação pode direcionar essas compras para o Brasil e vice-versa. “Nós somos supercompetitivos em carnes, é um setor em que somos número um no mundo”, diz ele.

Produtos como o aço e o petróleo também estão na mesma situação. Estados Unidos, Mèxico e Canadá tem um intenso comércio desses produtos e, com taxações, o preço dos produtos brasileiros deve ser mais atrativo.

Já na guerra comercial contra a China, diretamente, o agronegócio tem mais uma oportunidade: a exportação de grãos para o país asiático. Se o governo chinês reagir ao anúncio de Trump e revidar aplicando taxas aos Estados Unidos, como ocorreu de fato na manhã desta terça-feira (4), o Brasil poderá aumentar suas vendas de soja, milho e carnes para a China.

Jank, do Insper, explica que o impacto maior que o Brasil pode ter na guerra comercial é a taxação sobre a China. “Se a China retaliar, como ocorreu no primeiro governo Trump, o Brasil certamente terá mercados abertos”, diz. “Nós já somos os líderes em fornecer produtos do agronegócio para a China”.

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