
Um boi com chifres que chegam a medir 3 metros pode até assustar, mas os pecuaristas brasileiros estão começando apostar nessa raça por aqui. O Texas Longhorn está ganhando uma legião de admiradores devido, principalmente, às suas características bem exóticas, como o chifre que pode custar até US$ 5 mil no mercado norte-americano, e a aptidão para produzir carne considerada super saudável. A Associação Brasileira de Longhorn (Abralho) reúne quase 100 criadores.
Conheça o boi mais chifrudo do mundo
O gado Texas Longhorn é uma raça criada nos Estados Unidos, principalmente, em fazendas que investem em agropecuária e criações de cavalos da raça Quarto de Milha. No Brasil, os primeiros animais foram registrados me 2014 na ANC Herd-Book Collares, detentora do Registro Genealógico da Raça e aprovada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
O rebanho de Longhorn no Brasil gira em torno de 500 animais, que são criados em propriedades localizadas em São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Sul, Paraíba, Tocantins, Rondônia e Pará, de acordo com a Abralho.
O Texas Longhorn é uma raça de aptidão para produção de carne nobre, rústica, com alta fertilidade e alta resistência a parasitas. As fêmeas demonstram muita facilidade em parir e os animais puros apresentam diferentes tamanhos, cores e configurações de chifres. Todas estas características foram naturalmente preservadas, tendo sete bases genéticas diferentes. Estes sete grupos de animais são Texas Longhorn puros, porém, cada origem (família) tem uma característica marcante distinta do restante.
De acordo com o registro da Abralho, antes da perpetuação dessas sete famílias, o gado selvagem da região do estado do Texas era originário de animais da Península Ibérica. A raça Texas Longhorn é composta genotipicamente por 85% de genes “taurinos”, descendentes dos auroques selvagens domesticados no Oriente Médio. O que justifica a semelhança com raças taurinas. Os 15% de genes restantes que compõem a raça Texas Longhorn são “índicos”.
Eles foram trazidos para o continente americano e a maioria tornou-se mais selvagem, desenvolvendo os chifres cada vez maiores e longos para defesa contra predadores e tolerância ao calor elevado.
Os rebanhos permaneceram selvagens ou pouco domesticados até o final da Guerra Civil Americana, quando, os texanos começaram a resgatar esses bovinos para fornecer carne para o resto do país. A carne de animais da raça Texas Longhorn é considerada magra, apresentando baixa concentração de colesterol e alta concentração de Ômega 3.
Esses chifres se tornaram tão característicos da raça e de sua relação com o estilo de vida do cowboy texano que virou peça de decoração rústica. Dependendo da qualidade e do tamanho da largura dos chifres, eles chegam a valer US$ 5 mil no mercado americano. Uma curiosidade: quando castrados antes da puberdade, os chifres deles crescem 160% a mais que os dos animais inteiros.