Os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil divulgam nesta quarta-feira (18), as decisões para suas respectivas taxas de juros, por isso, no mundo da economia, o dia é chamado de “superquarta”.
No Agro Band desta quarta-feira (18), o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Felipe Serigatti, explica qual é a importância da superquarta para o agronegócio e para a economia do país.
A superquarta ocorre uma vez a cada 90 dias e neste dia 18, coincidem as superquartas dos Estados Unidos e do Brasil e é neste dia em que os bancos centrais decidem a taxa de juros. Segundo Serigatti, as secas e as queimadas que ocorem no Brasil não devem influenciar as decisões do Banco Central brasileiro.
Nos Estados Unidos, a expectativa é que haja uma queda dos juros, de pelo menos 0,5 pp e para os próximos meses, é esperado que este movimento de queda continue, com taxas de juros de 4,5% ao final do ano. Para o ano que vem, a projeção é que os cortes continuem acontecendo, fechando o ano com a taxa a 3%.
Para 2025, entre os efeitos relacionados ao corte, deve haver uma pressão de alta sobre os preços de commodities no âmbito global, tendo como base as variações mensais do CRB (índice que acompanha o valor tanto de commodities agrícolas, metálicas e energéticas).
A taxa de juros americana tem alto poder explicativo sobre o índice de commodities. Com a tendência de redução, deve haver um estímulo da demanda por matérias primas, resultando em uma elevação de preços que deve refletir no índice global.
No Brasil, existe a possibilidade de elevação em 0,25 p.p., a primeira em dois anos. Essa probabilidade é pautada, principalmente, na expectativa de conter a desvalorização cambial considerável de 2024, explicada não só pela taxa de juros americana, mas também pela percepção dos agentes financeiros em relação a economia brasileira e a tendência de déficit fiscal para esse ano.
Segundo economistas, conter a desvalorização cambial é uma iniciativa fundamental por parte do BC para frear possíveis repasses do aumento de preços de produtos importados – itens que o Brasil é altamente dependente para abastecer diversos setores como a indústria de químicos.