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Mandioca pode ser matéria-prima para sorvetes e até perfume; veja outros

Em 2023, o Brasil produziu 18,6 milhões de toneladas de mandioca; agroindústria usa mandioca até na área petrolífera

Viviane Taguchi

Mandioca é utilizada para produzir sorvetes e até perfume
Mandioca é utilizada para produzir sorvetes e até perfume
Divulgação/GTFoods/Lorenz

Nesta segunda-feira (22), comemora-se o Dia Nacional da Mandioca, uma das plantas mais versáteis e essenciais para a alimentação em muitas partes do mundo. Além de ser um alimento básico em diversas culturas, a mandioca também pode ser utilizada como matéria-prima em uma variedade de produtos. Você sabia, por exemplo, que a mandioca está presente em perfumes, pão de queijo, adesivos vegetais, sorvete, no porcelanato e até na indústria petrolífera?

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção (LSPA) de agosto/2023, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, a produção brasileira de raiz de mandioca em 2023 foi de 18,67 milhões de toneladas e a área utilizada para produzir a mandioca, foi de 1,28 milhões de hectares. A produção está concentrada em dois estados, o Pará e o Paraná. Na região Norte, a mandioca é produzida principalmente por agricultores familiares, com a finalidade de produzir farinha, já no sul, a produção de mandioca é voltada para a indústria.

Veja como a indústria usa a mandioca como matéria-prima:

Produção de sorvetes, balas de goma e molhos: a fécula da mandioca, nesse caso, é utilizada para produzir amidos modificados. Esses amidos oferecem melhorias nas características de gel, textura e resistência, podendo ser aplicados em outros diversos alimentos. Roseli Bremm, gerente industrial da Lorenz, agroindústria produtora de alimentos, explica sobre os amidos: “Eles conferem maior cremosidade e brilho, além de maior resistência às temperaturas, estando presente em sobremesas fabricadas de forma industrial”.

Pão de queijo: o pão de queijo pode ser produzido por meio de amidos pré-gelatinizados, feitos com a fécula da mandioca. Esses amidos conferem a capacidade de absorção de água, evitando a necessidade de cozimento ou altas temperaturas para obtenção da viscosidade e consistência. Eles mantêm características de sabor, textura e cor.

Hambúrgueres e empanados: esses alimentos são feitos com dextrinas, que são carboidratos complexos obtidos pela hidrólise do amido. Produzidos também com a fécula da mandioca, são empregados na indústria alimentícia como espessantes e aglutinantes.

Suplementos alimentares e perfumes: esses produtos são feitos com maltodextrinas obtidas por meio da hidrólise parcial do amido, podendo ser da fécula de mandioca. “As maltodextrinas podem ser aplicadas no encapsulamento e veículos em aromas e fragrâncias, substitutos de gordura e açúcar, suplementos alimentares, além de bebidas lácteas em pó e sorvetes”, destaca Roseli. Podem ser utilizadas também na fabricação de alimentos diet e light, garantindo dulçor, viscosidade e solubilidade.

Indústria petrolífera: isso mesmo, o amido da mandioca também está presente neste setor. Transformado em amidos pré-gelatinizados, ele dá resistência e estabilidade a preparos para perfurações de poços de petróleo.

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