A dengue continua em alta no Brasil. No ano passado, o país registrou um aumento de 400% nos casos da doença, em relação ao ano anterior, e neste ano, o elevado número de casos fez o estado de São Paulo decretar estado de emergência.

Com tanta gente adoecendo, surgem nas redes sociais receitas de sucos e outros alimentos que prometem curar a dengue e o suco de inhame está entre os campeões de publicações. Nas redes sociai, ele promete aumentar o número de plaquetas e, com isso, evitar o desenvolvimento da forma mais grave da doença: a dengue hemorrágica. No entanto, não há comprovação científica de que o suco de inhame seja eficiente para evitar a dengue.

A dengue é uma arbovirose, doença transmitida por mosquitos, e seus principais sintomas são febre alta e persistente, dores no corpo, na cabeça e nas articulações, enjoo e manchas vermelhas pelo corpo. Uma das principais características da infecção é a queda das plaquetas, células muito importantes para a coagulação do sangue. Não existem tratamentos específicos contra a dengue; por isso, é importante seguir as recomendações médicas de repouso, hidratação e acompanhamento dos níveis de plaquetas no sangue.

Um dos maiores desafios da dengue é a queda abrupta das plaquetas, o que estimula a circulação de diversas receitas nas redes sociais, que prometem aumentar o número dessas células para curar a doença mais rapidamente. Umas das receitas de maior destaque é do suco de inhame, um tubérculo rico em vitaminas, minerais e fibras. No entanto, apesar de ser um alimento muito rico em nutrientes, não há comprovação científica de que o suco de inhame possa combater a dengue.

De acordo com a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a informação é falsa e não deve ser usada como prevenção à dengue. “Circula pelas redes sociais um vídeo com uma receita caseira de suco feito com inhame, maçã, laranja e limão para o tratamento da dengue. Na gravação, o narrador afirma que o suco formado pelos quatro ingredientes aumenta as plaquetas no sangue e trata a doença. É falso”, afirma Marcella Garcez, Médica Nutróloga, Professora e Diretora do Departamento de Fitoterápicos e Nutracêuticos da Abran.