
Letícia sempre acreditou que Mateus era o amor da sua vida. Eles namoraram por três anos e fizeram planos para o futuro, até que uma mentira destruiu tudo.
Na semana do aniversário da avó da moça, Mateus disse que estava doente e não pôde comparecer à festa. O que ele não sabia é que Letícia descobriria que ele aceitou um convite da prima para ir a um baile de Carnaval.
Chocada com tamanha traição, ela o confrontou, mas ele tentou inverter a situação. Letícia entendeu que a melhor opção era terminar o relacionamento e ainda está tentando curar o coração dessa decepção. Leia a história!
O problema da decepção é que ela sempre vem de quem a gente menos espera. Por isso é que dói tanto. Eu costumava dizer que eu e o Mateus entramos na vida um do outro na hora exata. Nem antes e nem depois do que deveria ser.
É que quando a gente se conheceu, os dois estavam solteiros há muito tempo e querendo encontrar alguém para sossegar. No meu caso, já fazia quatro anos que eu não namorava e o que eu mais queria era ter alguém para amar e que me amasse também.
O Mateus foi a resposta de Deus para as minhas orações e, logo que eu o vi pela primeira vez, eu soube que ele tinha chegado para não ir mais embora. Nosso namoro, desde o começo, foi maravilhoso. Nós tínhamos uma relação que muita gente invejava.
A gente se dava bem, quase não brigávamos. Nós já planejávamos o nosso futuro desde os primeiros meses, mas, depois de 3 anos de namoro, a gente começou a falar sério sobre casamento.
Mateus: Eu não me vejo assim, numa cerimônia séria e tradicional.
Letícia: Isso quer dizer que você não pensa em casar comigo?
Mateus: Claro que penso. Isso para mim nem é uma questão, é uma certeza. Mas eu quero que as coisas sejam do nosso jeito, sem muita gente, bagunça, gasto. Letícia, eu só preciso de você. Se for com você, pode ser amanhã, hoje... Por mim, já caso hoje mesmo. Quer? Vamos ao cartório nos casar?
Letícia: Ah, eu não preciso de uma festa enorme, mas eu gostaria de ter uma comemoração. Pelo menos com os nossos amigos e familiares.
Mateus: Então, tudo bem! Até o meio do ano, a gente se casa. Combinado? É só o tempo de você decidir como quer fazer.
É! Era tudo incrível! A gente passou a fazer ainda mais planos para o nosso futuro. De onde a gente ia morar, até dos nomes dos filhos que a gente teria um dia. Nosso relacionamento era baseado em respeito, admiração, confiança e amor. Simples assim.
Se alguém dissesse naquela época que um dia eu duvidaria de tudo isso, eu teria dado risada porque, para mim, nós éramos inquebráveis. Na semana do aniversário da minha avó, nós estávamos bem animados.
Ela estava completando 90 anos e toda a família ia se reunir. O Mateus sempre se deu muito bem com toda a minha família e todos tinham um carinho grande por ele.
Acontece que, no dia anterior à festa, o meu namorado me ligou e disse que estava se sentindo muito mal.
Mateus: Não sei, Lê. Tô com 38,5 de febre, dor de cabeça, no corpo...
Letícia: Será que é Covid? Dengue?
Mateus: Não! Deve ser só uma gripe forte mesmo.
Letícia: Poxa, tomara que você fique bem logo. Amanhã é a festa e...
Mateus: Eu acho melhor eu não ir, meu amor. Vai que é mesmo algo mais sério, né? Eu não posso correr o risco de passar nada para ninguém lá. E eu também acho que não aguentaria. Eu estou mesmo me sentindo muito mal.
Eu fiquei super chateada, mas eu sabia que ele estava mais ainda. Ele adorava essas festas da minha família. No dia seguinte, eu acordei com esperanças de que ele estivesse melhor, mas ele parecia ainda pior pela voz.
Eu fui logo dizendo que também não ia à festa e que ia cuidar dele, mas o Mateus recusou na mesma hora e disse que eu não podia faltar em hipótese alguma na festa da minha avó.
Ele ainda falou que ia tomar uns remédios fortes e dormir a tarde toda para ver se acordava melhor no dia seguinte. Durante a festa, eu ainda mandei algumas mensagens e ele respondeu que ainda estava se sentindo mal, mas depois ele avisou que estava muito sonolento e que ia dormir.
A festa foi legal, animada, emocionante, mas lá pelo começo da noite, uma prima que eu não via há muito tempo me puxou de lado e me disse que ela e uns amigos estavam indo para um baile de carnaval e perguntaram se eu não queria ir junto.
Eu, na mesma hora, disse que não porque eu e o Mateus não costumávamos sair para esse tipo de lugar sem o outro. Fora que ele estava doente!
Só que a minha prima insistiu, falou que seria só um pouquinho, que era um lugar tranquilo e que não tinha problema nenhum. Eu confesso que fiquei animada e pensei em ligar para o Mateus para perguntar se ele se incomodaria, mas como ele estava dormindo, eu achei melhor não acordá-lo.
Alguns minutos depois, eu já estava no carro indo para um baile de carnaval que eu nem sabia onde era. Apesar de saber que eu nunca, jamais, em hipótese alguma, faria algo de errado com o Mateus, eu estava me sentindo um pouco culpada por estar saindo sem avisar o meu namorado.
Quando nós chegamos ao baile, eu me senti ainda pior. O que eu posso dizer é que não era um ambiente familiar. As pessoas estavam "mais para lá do que para cá", uma pegação para todo lado, um monte de gente pulando, dançando, se esfregando...
Era uma verdadeira zona! Definitivamente, não era ambiente para uma pessoa comprometida estar sem o namorado. Eu até tentei me divertir, mas a culpa estava me consumindo.
Mal eu sabia que aquela culpa não era nada pelo que ainda estava por vir. Eu falei para a minha prima que eu não estava me sentindo bem ali, mas ela deu risada, falou para eu relaxar, disse que era para eu aproveitar a festa da carne porque todo mundo ali estava fazendo isso. Eu fiquei com raiva.
Ela sabia muito bem para onde estava me levando — um lugar que parecia que todo mundo pensava a mesma coisa: ninguém era de ninguém. Depois de uns 40 minutos, eu desisti daquilo tudo e resolvi ir embora sozinha mesmo.
Larguei minha prima lá e fui me apertando entre as pessoas, que estavam todas praticamente nuas, até a porta de saída. Eu estava quase lá, respirando um ar puro, quando vi um delírio.
Pensei que eram as luzes, a bagunça, a culpa, mas eu esfreguei os meus olhos e, quando eu olhei de novo, não tinha mais dúvida. No meio da multidão, daquela loucura toda, estava nada mais, nada menos, do que o Mateus.
O meu namorado disse-me que estava em casa morrendo de tanta gripe. Ali. No meio do baile. Sem camisa, suado, rindo, coberto de confete e serpentina, com bebida na mão, pulando e dançando como se fosse o dono do mundo!
O choque veio primeiro, uma onda quente subindo pelo meu peito. Depois, a raiva. Porque ele não só mentiu, ele inventou toda uma desculpa para me afastar e estava lá, provando que tudo que eu acreditava era uma grande farsa.
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