
Jay se envolveu com Walisson, um homem que parecia bom. Eles tiveram três filhos, mas o homem se revelou abusivo e violento ao longo do tempo. Mesmo tentando manter a família unida, a violência se estendeu às crianças…
A dona da história de hoje do “Quem Ama Não Esquece”, da Band FM, só conseguiu sair dessa situação com esforço e apoio da filha mais velha, a Giovanna.
Porém, em uma briga grave, durante um acesso de raiva, Jay disse palavras pesadas para Giovanna — palavras que, em suas palavras, geraram arrependimento e criaram um abismo entre as duas.
Giovana a culpou por odiar os homens e, hoje, Jay vive com o arrependimento, a saudade e a esperança de que a filha esteja feliz, esperando, um dia, pelo seu perdão. Confira:
Um sofrimento e um pedido
Tem palavras que escapam num momento de raiva e viram feridas que nem mil perdões conseguem curar…
Quando eu tinha apenas 18 anos, conheci o Walisson. No começo, eu confesso que não me encantei muito por ele, mas esse homem insistiu tanto, mas tanto, que, aos poucos, fui deixando ele se aproximar de mim.
Para ser honesta, hoje, eu vejo que esse já foi um primeiro sinal. Um relacionamento que começa à base de tanta insistência não pode ser coisa boa.
Walisson: Vai, Jay. O que custa?
Jay: Ah, Walisson, eu não quero. Não estou afim.
Walisson: Por favor. Só uma chance.
Jay: Walisson, eu...
Walisson: Eu gosto tanto de você. Sério, eu posso te fazer feliz.
Jay: É que eu não...
Walisson: Por favor, Jay. Ninguém vai te fazer feliz como eu. Eu estou te implorando. Você não vai se arrepender, eu juro. Só uma chance.
E aí eu dei a bendita chance. No começo, ele realmente foi um príncipe. Como meu pai era uma pessoa muito difícil, depois de pouco tempo de namoro, eu e o Walisson já fomos morar juntos.
Sete meses depois, a máscara caiu e o meu marido mostrou quem era de verdade: aquele homem que lutou tanto para ter uma chance comigo passou a me agredir sem dó e nem piedade.
Uma cunhada via tudo o que eu passava e disse que eu deveria voltar para a casa dos meus pais, mas eu tinha medo porque eu tinha saído brigada com eles e também tinha muita vergonha de admitir o que estava acontecendo comigo.
Até que, no meio de tanta escuridão, apareceu uma luz: eu engravidei da Giovanna, minha primeira filha, meu neném. Aquela menina sempre foi tudo para mim, mas eu sofri muito…
Ela não pegava direito o meu peito e eu até sangrava na hora de amamentar. Para ajudar a situação, enquanto eu sofria cuidando de uma vida, o meu marido frequentava casa de mulheres e me traía com um monte por aí.
Em meio a todos aqueles transtornos e dificuldades, eu encontrei a igreja. Lá, eu orava com muita fé para que a minha vida melhorasse, para que o meu marido se tornasse outra pessoa e fosse um bom pai e chefe de família.
Eu realmente achei que Deus fosse atender aos meus pedidos, mas a verdade é que, infelizmente, o tempo ia passando e nada acontecia. Eu ainda tive mais dois filhos, o Leonardo e a Cecília.
A vida com o Walisson continuou o mesmo inferno. Com o passar dos anos, a violência dele também passou a atingir os nossos filhos. Além de me bater, ele também batia nas crianças.
Um dia, a minha filha mais velha, Giovanna, me ligou desesperada pedindo para eu ir para casa porque o Walisson estava fora de si dizendo que ia tacar fogo na nossa casa com todo mundo dentro.
Eu corri até lá, peguei meus filhos e fui passar um tempo na casa de uma amiga. Quando eu busquei ajuda na igreja, o pastor me aconselhou a voltar para casa.
Ele disse que, apesar de tudo, eu não podia abandonar a minha família daquele jeito. Então eu voltei para casa, conversei com o meu marido e ele pediu perdão. Todos nós resolvemos perdoar.
Todos, menos a Giovanna, que não queria voltar para casa de jeito nenhum. Quando nós voltamos, o Walisson passou um tempo tranquilo. Ele melhorou como pessoa e, pela primeira vez, eu pude cuidar um pouco de mim e da minha saúde.
Eu tinha vários exames atrasados e até uma cirurgia que eu vivia adiando. Naquela época, eu consegui fazer a operação, mas quando eu ainda estava me recuperando, o monstro de sempre voltou a aparecer.
Walisson: Não é porque operou que tem que ficar assim, toda desleixada.
Jay: Eu estou me recuperando ainda.
Walisson: E precisa ficar assim? Toda feia... Nossa! Me dá desgosto olhar para você.
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