Giovana era casada com Renato e tinha dois grandes medos na vida: que ele partisse em um acidente ou que sofresse uma traição. Ambos seriam insuperáveis, mas o destino veio para lhe ensinar uma dura lição.
Quando tiveram um filho, Renato ficou distante e mudou de comportamento, mas foi então que a verdadeira rasteira chegou. Ele sofreu um acidente de moto fatal... E, no enterro, Giovana viu uma mulher desconhecida e uma criança chamando por "papai".
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Meu maior medo era perder o meu marido. Mal sabia eu que a pior perda não seria a da presença dele.
Durante todo o meu relacionamento, tive dois grandes medos: que meu marido morresse e que ele me traísse. O Renato sempre soube que eu jamais perdoaria uma traição, então sempre andou muito na linha. Por conta própria, fazia questão de me dar satisfação de tudo e nunca me deu nenhum motivo para desconfiar de alguma coisa.
Parando para pensar agora, nunca tive do que reclamar... Eu tinha um marido bonitão, forte, trabalhador, que me amava, me respeitava e que, depois, também se tornou um paizão para o nosso filho.
Meu marido era personal trainer e vivia por aí de moto para economizar entre uma aula e outra. Daí vinha o medo de que ele morresse. Eu ficava apavorada de pensar nele indo de um lado para o outro, o dia todo, em cima de uma moto. A gente ouve cada coisa, né? Moto é tão perigosa!
Além de tudo, Renato tinha quatro alunos em uma cidade vizinha à nossa. Dois eram na quinta-feira à noite e os outros dois, na sexta-feira de manhã, então ele acabava dormindo por lá mesmo. Eu não gostava, mas o dinheiro que quatro alunos traziam valia a pena. Minha única preocupação era a estrada.
Renato: Não faz sentido nenhum comprar um carro, Gi. A moto é muito mais rápida e econômica. A gente não está podendo gastar agora.
Giovana: Mas ficar para lá e para cá, Renato? É risco demais. Eu fico com o coração apertado todo santo dia, ainda mais nos dias em que você pega estrada.
Renato: Fica tranquila, meu amor. Eu sou muito cuidadoso quanto a isso.
Giovana: Eu sei que você é, mas os outros nem sempre são.
Renato: Tudo bem. Quando der, prometo que a gente compra um carro. Assim que eu conseguir acertar nossas contas, penso nesse assunto.
Toda quinta-feira era dia de já acordar ansiosa, e a ansiedade só passava quando ele chegava em casa na sexta. E olhe lá, porque, mesmo andando fora da estrada, eu tinha medo de que algo acontecesse com ele.
Graças a Deus, Renato era muito cuidadoso e nunca sofreu nenhum tipo de acidente. Com o tempo, apesar de não gostar, fui me acostumando com aquilo.
