Rapaz perde ex-namorada assassinada por parceiro tóxico e sofre de saudades: “Amor da vida”

Rapaz perde ex-namorada assassinada por parceiro tóxico e sofre de saudades: “Amor da minha vida”

O André conheceu a Ana Carolina no trabalho e logo começaram um relacionamento intenso, mas tumultuado pelo ciúme dela. Entre idas e vindas, uma gravidez inesperada aconteceu, mas a dúvida era que o filho poderia ser de outro homem.

André tentou manter a relação, mas as complicações foram insustentáveis, levando ao fim do casal. Ana seguiu em frente, mas caiu em um relacionamento abusivo. Depois de buscar refúgio com o André, acabou sendo assassinada pelo parceiro com quem estava. Apesar da tragédia, hoje, o André guarda com carinho as boas lembranças da Ana, o grande amor de sua vida. Leia história na íntegra do Quem Ama Não Esquece, da Band FM, da última terça-feira, 18/2:

Algumas pessoas entram na nossa vida como um furacão. Bagunçam tudo, tiram nosso chão, fazem a gente sentir coisas que nem sabíamos que existiam. E, às vezes, deixam marcas que a gente nunca consegue apagar.

Tudo começou quando eu conheci a Ana Carolina. Ela trabalhava na mesma empresa que eu e era muito, muito linda. Daquele tipo de mulher que realmente chama a atenção por onde vai e, é claro, também chamou a minha. Mas, até então, não tínhamos nenhum tipo de contato. 

Até que um dia, pra minha surpresa, ela me mandou uma solicitação de amizade numa rede social. Ah! Eu não podia acreditar que aquela mulher tão linda tinha me notado! 

Nós começamos a conversar, fomos nos aproximando e depois de certa intimidade, ela abriu o jogo e falou que me achava muito bonito. A partir daquele dia, a gente nunca mais parou de se falar.

O nosso primeiro encontro foi maravilhoso e eu voltei pra casa com a certeza de que ela era a mulher da minha vida. Tinha tanta certeza que já no terceiro encontro, a pedi em namoro com direito a aliança e tudo.

Logo conhecemos a família um do outro. Eu conheci a Dona Adriana, mãe dela, o Claudemir, padrasto, os irmãos e a filha dela, a Julia, enquanto ela também conhecia a minha filha.

Tudo ia bem e parecia incrível, mas, com o tempo, a Ana foi me mostrando um lado muito complicado: eu nunca, em toda a minha vida, tinha conhecido uma mulher tão ciumenta.

Tudo bem que o meu passado não ajudava muito, mas, com ela, eu estava sendo um novo homem e, por ela, fiz de tudo: apaguei os contatos de outras mulheres do meu celular, as exclui das redes sociais e cheguei até a mudar de número de telefone. Mas nada era suficiente.

As brigas foram ficando cada vez piores, mais frequentes, em qualquer lugar em que estivéssemos. 

- Por que trocou de carro, André? Já sei! Foi para impressionar as outras. Claro! Só pode ser!

- O que? Não, claro que não. Eu troquei porque eu queria um carro melhor. Você sabe que...

- Não. Você não me engana! Você trocou para as outras mulheres olharem para você. Admita! Fale! Por que você mente tanto para mim, André? Fale a verdade. Quer saber? Vamos embora desse restaurante. Eu perdi a fome.

Depois a gente acabava se resolvendo, mas era isso o que eu passava. Eu era apaixonado pela Ana, fazia de tudo por ela e não dava motivo algum para essas atitudes. Eu não conseguia entender essa desconfiança toda que ela tinha.

O que eu sei é que, por causa desse temperamento dela, terminamos e voltamos várias vezes e o nosso relacionamento se tornou aqueles "iô-iô". Era bem doloroso.

Sempre que a gente terminava, corria atrás dela para conversar e, toda vez, acreditava que ela ia mudar. Mas, logo nos primeiros dias, ela já mostrava que o jeito dela era aquele e pronto. 

Eu estava tão disposto a ficar bem com a Ana, que quando ela se matriculou em uma faculdade, comprei um notebook novinho para ela, mas...

- Ah, pronto! Eu sabia! Sabia! Você não tem vergonha cara, André?

- Como assim? Por que você tá falando assim?

- Por que? Cínico! Você comprou isso pra mim só para ir naquela loja que a atendente é bonita, né? Fala!

- Você está maluca, Ana? Pelo amor de Deus. Isso não faz o menor sentido...

- Olha, André, chega! Chega!

Ali acabou mais uma vez. Depois dessa briga, ficamos um tempo afastados, mas aconteceu que eu perdi o emprego e a Ana, sabendo, me procurou para me dar apoio e, assim, a gente começou a se aproximar outra vez. Só que dessa vez, uma coisa diferente aconteceu.

Um dia, uma amiga da Ana me ligou e disse que ela estava passando mal no hospital. Eu fui correndo até lá e quando cheguei, descobri que ela estava grávida.

Nossa! Apesar de um relacionamento muito conturbado, não consegui esconder a minha felicidade. No mesmo instante que soube, já comecei a pensar em apartamento, enxoval, casamento... aquilo mudava tudo! Aquilo, sim, faria com que a gente ficasse em paz.

Eu a pedi em casamento e, a partir de então, ela não seria mais a minha namorada, ela seria a Ana, minha noiva, mãe do meu filho que estava chegando.

Mas, a vida tem um jeito cruel de destruir as certezas e um dia, durante uma consulta médica, passei a ter uma pulga atrás da orelha, quando o doutor falou de quantas semanas a Ana estava. Eu fiz uma conta rápida e percebi que tinha alguma coisa errada. O médico falou que não era muito preciso e que tinha uma margem de erro, mas depois daquilo as coisas ficaram meio estranhas entre mim e Ana. Até que com sete meses de gestação, ela realmente jogou a bomba:

- André... é que... bem, antes de a gente voltar, eu fiquei com outra pessoa. Desde aquela consulta com o médico isso não sai da minha cabeça e, sim, o filho pode ser dele. Eu quero que seja seu. Eu quero muito! Construir uma família com você é tudo o que eu mais quero, mas eu estou com medo. 

O meu mundo caiu. Caiu não, desabou completamente. Eu fiquei totalmente fora de mim e não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

Aquele foi o pior momento da minha vida. A dor foi tanta que, pela primeira vez, fui eu quem terminou... noivado, apartamento, tudo. Eu não queria mais olhar para a Ana. Entrei em uma depressão profunda e quis me isolar do mundo.

Até que, um dia, a Ana apareceu na minha porta e quando ela estava lá, a bolsa estourou. Eu não acreditava naquilo. Era só o que me faltava! Claro que fui correndo com ela para o hospital e ali eu amoleci! O parto foi lindo e eu é quem fiquei de acompanhante dela o tempo todo. Eu me lembro de eu entrar na sala e a Ana falar "agora nós podemos começar, porque o papai chegou". 

Sim, eu sabia que tinha uma chance de aquela criança ser de outro homem, mas, poderia ser minha também. Poderia! 

Eu fui a primeira pessoa a pegar o Miguel no colo e eu não sei até hoje explicar o que eu senti. Foi mágico e depois disso, não quis mais me afastar deles. A Ana falou que nós íamos fazer o DNA, mas que se eu quisesse, poderia registrá-lo, porque ele era, sim, o nosso filho.


Para mim estava tudo lindo. Eu cuidava do Miguel com todo o amor que eu podia, mas, alguns dias depois, o outro cara que também poderia ser o pai apareceu e nos forçou a fazer logo o teste. Eu acho que nem queria mais fazer, sabe? Mas, precisei fazer e... bom... eu não era o pai.

As coisas passaram a ser muito difíceis para mim. Eu estava desempregado, só cuidando da nossa casa e passei a ser um homem ciumento, ainda mais porque a Ana tinha muito contato com o pai do Miguel. Eu me sentia mal com tudo aquilo e comecei a pensar que aquela vida não ia dar certo.

Um dia, coloquei todas as minhas coisas no carro, disse que a nossa história tinha acabado e fui embora. E dessa vez, foi mesmo o fim da nossa história com um casal.

Logo depois, comecei a trabalhar e estava recomeçando a minha vida. Apesar de não ter mais voltado com a Ana, ela ainda era muito presente na minha vida por tudo o que a gente tinha vivido junto. Eu soube que ela estava namorando outra vez, mas com um homem que não era bom, era um ex-presidiário.

Uma noite, a Ana me mandou uma mensagem com um foto dela toda machucada e pedindo ajuda, porque tinha apanhado dele. Eu liguei para a polícia e, ao mesmo tempo, fui até à casa dela. Depois, ainda a acompanhei até a delegacia para fazer um boletim de ocorrência

- André, eu não tenho como te agradecer por tudo o que você fez por mim. Mas, preciso te falar uma coisa: eu estou grávida. Grávida desse monstro. Mas, queria te fazer um pedido.

- Você não precisa agradecer nada, Ana. E pode pedir. Pede o que quiser.

- Volta comigo! Por favor! Volta comigo. Ninguém sabe que eu estou grávida e quando eu contar, falo que você é o pai. Por favor... aquele homem não me deixa em paz, mas se a gente voltar, quem sabe...?

- Não! Isso... não dá, Ana. Isso seria complicado demais.

- Por favor, André. Me ajuda. Me ajuda! Ele nunca vai me deixar em paz.

Eu sempre tive muito carinho por ela, mas eu não podia aceitar uma coisa dessas. Aí, a Ana resolveu voltar com o cara. 

Mesmo assim a gente sempre se falava e eu sabia que a vida dela não estava fácil. Alguns meses depois, ela me procurou de novo toda machucada, disse que tinha fugido e pediu para ficar uns dias na minha casa.

Depois de 10 dias que ela estava escondida em casa, perguntei o que ela pretendia fazer da vida. Mas, ela entendeu tudo errado e achou que a estava expulsando.

Não era nada daquilo, mas ela já tinha tinha colocado aquilo na cabeça e foi embora. Eu só não sabia que aquela seria a última vez que eu a veria.
Ela foi e nunca mais voltou.

Logo depois, recebi a ligação do padrasto da Ana e ele me disse que ela tinha sido assassinada pelo namorado. Ele tinha matado a Ana na frente dos três filhos e depois, fugido.

Foi horrível. Eu nem tenho outra coisa para falar. Horrível, triste, traumático.

O caso da Ana apareceu em vários meios de comunicação e só depois de seis meses é que prenderam aquele assassino e ele foi condenado há 31 anos de prisão. Apesar da justiça ter sido feita, isso não trouxe a Ana de volta.

Tivemos nossos altos e baixos, mas os momentos bons sempre foram mais fortes. Falar do André sem falar da Ana é impossível, porque ela é uma parte inseparável da minha história. 

A verdade é que ela foi o grande amor da minha vida. Mesmo com tudo. Mesmo com os erros. Hoje, só me resta a lembrança. E a saudade que nunca vai embora.

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