Eduardo não acreditava em relacionamento sério, mas ficou apaixonado após conhecer Carol em um bar. O problema era que ela tinha acabado de sair de um relacionamento de 7 anos e ainda tinha uma ligação forte com o ex-namorado, que causava insegurança na relação. O ex sempre estava presente, até mesmo quando ele foi conhecer a família da Carol.
Eduardo até percebia que ela ficava distante quando o antigo namorado estava presente. Isso o deixou confuso, mesmo a parceira negando o envolvimento com o ex, ele não conseguia ignorar os sinais e começou a se questionar se estava sendo ingênuo. Hoje, ele vem contar a sua história para tomar uma decisão. Será que ela está dividida entre os dois?
Veja mais uma história emocionante do “Quem Ama Não Esquece”:
"Às vezes, a vida joga a gente em situações que desafiam o que nós acreditamos sobre amor, lealdade e até sobre o nosso próprio valor. Mas o mais difícil não é entender o que sentimos, mas aceitar aquilo que já está escancarado diante dos nossos olhos…
O dia em que minha vida mudou era só mais um dia. Mais uma sexta-feira qualquer para ser mais exato. Alguns amigos tinham marcado de ir a um barzinho e, para ser sincero, eu não estava com a menor vontade de ir. Tinha trabalhado o dia inteiro, estava cansado, aquela preguiça normal de fim de semana, mas, como era aniversário de um dos caras, eu fiz um esforço, me arrumei e fui pensando em ficar só uma horinha.
O que eu nem podia imaginar é que bastariam 5 minutos para eu conhecer a mulher que ia virar a minha cabeça de um jeito como nunca tinha acontecido antes. A Carol estava sentada com uma amiga e eu, que sempre fui um cara de ir atrás do que queria, sentei do lado dela e comecei a puxar papo. Ela foi muito simpática, conversou bastante comigo, deu risada, fez piada. Sei lá, ela era muito diferente. Sabe quando o santo bate de cara? Além de linda, ela era tão gente boa que eu agradeci a Deus por ter me feito ir até aquele bar naquela noite.
Depois de muita conversa, a amiga dela foi embora e ficamos só eu e a Carol. No final, rolou o nosso primeiro beijo que foi totalmente especial. Eu gostei tanto dela que, na hora de ir embora, pedi seu telefone - coisa que realmente não costumava fazer porque tinha uma ideia errada de que não se encontra alguém sério na balada. Ela me passou o número, mas percebi que não ficou tão confortável com isso.
Eu fui para casa, dormi e até sonhei com ela. Nossa! Logo eu, que não sou um cara de se apegar fácil... Fiquei tão mexido que, assim que acordei, já mandei uma mensagem dizendo que tinha adorado conhecê-la e que queria muito me encontrar com ela de novo.
Ela não pareceu muito animada, mas depois acabou topando sair para tomar um sorvete comigo.
- Eu queria te dizer, Eduardo, que eu também adorei te conhecer. Adorei mesmo, mas...
- "Mas"? Ah, não. Sem "mas", vai!
- Eu só queria deixar claro que eu tô saindo de um relacionamento muito longo, de mais de 7 anos, e eu não tô pensando em me amarrar a ninguém, sabe?
- Calma, a gente só se conhece há um dia. Eu não te pedi em casamento e nem nada do tipo.
- Eu sei, eu sei, mas eu prefiro ser honesta. A gente pode se encontrar, sair, curtir, mas não vai passar disso.
Para ser bem honesto, eu fingi que não me preocupava com isso e falei que também estava "de boa", mas a verdade é que eu já estava me imaginando tendo alguma coisa séria com a Carol. Mas, como ela me falou tudo aquilo, vi que era melhor ir com muita calma.
Só que o que é para ser tem muita força e a gente era para ser! Os dias foram passando e cada momento a gente ia gostando mais um do outro. O que era para ser uma coisa casual e sem compromisso foi tomando forma e mesmo sem eu pressionar, a Carol se apaixonou por mim do mesmo jeito que eu já estava apaixonado por ela.
Ela evitava falar de sentimentos, mas sempre demonstrava ciúmes. Tentava manter uma distância, mas, qualquer coisa diferente, boa ou ruim, vinha correndo me contar. Então ela entendeu que não dava mais para fugir daquele sentimento e nós começamos a namorar.
Depois de algumas semanas juntos oficialmente, a Carol me falou que teria o aniversário da irmã dela e que seria uma boa oportunidade para eu conhecer a família. Eu adorei a ideia porque eu queria mostrar que eu estava mesmo levando a sério o nosso namoro. Estava muito animado, mas quando nós chegamos lá, felizes e abraçados, a Carol se afastou de mim e soltou a minha mão. Eu não entendi muito bem e achei que poderia ser só em respeito a família, mas foi estranho. Aos poucos ela foi me apresentando para todo mundo e, apesar de me tratarem muito bem, senti que estava um clima esquisito. Não demorou muito e eu entendi porquê.
- Edu, aquele é o Matheus.
- Matheus? Seu ex-namorado? O que ele tá fazendo aqui?
- A minha irmã e ele sempre foram muito amigos e ele fez parte da nossa vida por mais de 7 anos. As nossas famílias são muito amigas ainda, entende?
- Ah, claro... entendi...
- Não precisa ficar chateado. Eu não sinto mais nada por ele. Eu já te disse mil vezes. Eu que quis terminar e agora eu tô bem com você. Ele só é uma pessoa importante pra mim. E eu queria que você entendesse porque ele também faz parte do meu círculo de amizade e a gente vai acabar se encontrando bastante.
Nossa, eu fiquei arrasado. Não é fácil saber que o ex namorado da sua namorada, o homem com quem ela ficou por mais de 7 anos, ainda é tão presente na vida dela, mas eu também não tive coragem de falar nada naquele momento. O nosso namoro era muito recente, tem sempre aquela coisa de começo, né? De a gente não saber bem até onde pode ir. E eu queria parecer um cara legal. Então eu tentei deixar para lá e segui a vida com a Carol, que era maravilhosa. Ainda criei a falsa esperança de que a gente não ia encontrar tanto assim o Matheus, mas, como eu disse, foi uma "falsa esperança". E com o passar do tempo, fui vendo que a presença dele seria mesmo constante. Constante até demais.
A Carol tinha muitos amigos, adorava sair com eles e sempre fazia questão que eu fosse junto. Era sempre maravilhoso, menos quando ele estava lá. Quando ela me falava de algum evento, aniversário ou comemoração, eu já começava a ficar ansioso para descobrir se o ex também estaria ou não. Quando ele não estava, era perfeito. A Carol era carinhosa, me dava a maior atenção, os amigos dela me tratavam muito bem e eu também gostava de todos eles. Mas, quando o Matheus aparecia, pronto. Era outra coisa. A Carol já ficava fria, distante, não queria ficar demonstrando muito carinho. Me beijar, então, nem pensar. Mesmo o Matheus sabendo que ela estava namorando comigo, ela parecia querer me esconder o tempo todo. Eu aguentei, sabe? Aguentei por um tempo, mas depois eu explodi.
- Que isso, Eduardo? Que maluquice é essa?
- Maluquice? Toda vez é isso: Se o Matheus está por perto, você me ignora, me trata como um nada!
- Que besteira! Você tá viajando...
- Tô mesmo, Carol? Será que eu tô?
- Edu, o Matheus ainda tem sentimentos por mim. Essa é que é a verdade. Ele ainda me ama, e eu fico com muita dó de magoar os sentimentos dele.
- Sentimentos? Mas você me disse que vocês tinham terminado tudo numa boa e agora...
- Eu achei que sim, mas desde que nós começamos a namorar, o Matheus disse que percebeu que ainda me ama.
- E você não me contou nada?
- Eu não quero que você se preocupe com isso. O que importa é o que eu sinto e eu gosto de você. MAs eu também não preciso ficar esfregando minha felicidade na cara dele, né?
Eu ainda perguntei se ele era tão importante, onde eu ficava naquela história, mas ela pediu um tempo, disse que era só até as coisas acalmarem e que logo isso ia passar. A Carol ainda pediu desculpa, disse que me amava e implorou para eu ter paciência. Eu gostava tanto, mas tanto dela, que eu não consegui falar mais nada. Eu tentei ignorar, inclusive, e me convencer de que era besteira e de que o importante era o que a gente tinha quando estava sozinho, mas a verdade mesmo é que aquela situação me machucava demais.
Cheguei a desabafar com alguns amigos um dia e eles só pioraram a situação porque todos disseram que ela estava agindo de uma maneira muito errada e que, para não magoar o ex, estava escolhendo me magoar. Um amigo até disse que tinha certeza absoluta que ela ainda sentia algo por ele. Foi horrível ouvir essas coisas, mas eles não sabiam, não entendiam como era bom quando estávamos só nós dois e como, pela primeira vez, eu estava apaixonado de verdade por alguém.
No dia seguinte a esse encontro com os meus amigos, aconteceu de novo. Nós fomos para um churrasco de uma amiga dela. Eu estava feliz porque já sabia que o Matheus não estaria lá. A Carol estava leve, brincalhona, fazendo piada no carro e muito carinhosa também. Mas quando nós chegamos: surpresa. Lá estava ele!
Pronto. Do nada ela se transformou. Parou de segurar a minha mão, ficou mais séria, contida, sem demonstrações de amor. Era como se ela quisesse enganar alguém. Mas quem? Ele, eu ou ela mesma? Eu virei, mais uma vez, figurante daquela cena, mas dentro de mim uma voz gritava que aquilo não podia ser normal. Eu lembrava dela me falar que escolheu terminar e ficar comigo, mas não era normal e nem certo!
Quando fomos embora, mais uma vez toquei no assunto, mas dessa vez me exaltei um pouco. Eu precisava que ela fosse sincera comigo, mas de novo ela só falou que ele era importante e que respeitava os sentimentos dele e que eu estava exagerando. Cheguei a cogitar que a gente desse um tempo, se a afastasse para ela ter certeza do que sentia, mas ela se desesperou e implorou para eu não terminar com ela dizendo que me amava demais.
Por que? Por que ela faria isso se não fosse verdade?
Por que ela ia insistir em ficar comigo se ainda gosta do ex que também gosta dela?
Não era mais fácil ela voltar para ele logo?
Mas por que, pelo amor de Deus, por que ela tem que agir dessa forma?
Eu não sei bem como agir ou como fazer ela entender que as atitudes dela não são legais.
Ou será que eu tô sendo mesmo muito trouxa nessa história e só não quero mesmo enxergar o que tá bem diante dos meus olhos?"