O protagonismo do Brasil na Liga Mundial de Surfe é de longa data. Desde 2014, quando Gabriel Medina se tornou o primeiro surfista do país a vencer o ‘Championship Tour’, a bandeira verde e amarela esteve no alto do pódio em seis das últimas oito edições.

Em 2023, após dez etapas da temporada regular, Filipe Toledo e João Chumbinho, serão os brasileiros em busca do troféu, na disputa contra os australianos Jack Robinson e Ethan Ewing, além do americano Griffin Colapinto.

Dois atletas saem na frente pelo conhecimento das ondas de Lower Trestles, em San Clemente. Griffin é local da região considerada um paraíso do surfe dos Estados Unidos. Já Filipe Toledo se mudou em 2014 para a cidade californiana.

“Você estar na sua casa, no seu conforto, dentro da sua bolha, não ter que ficar vulnerável, pensando o que vou comer... eu fico em casa, as crianças estão aqui, eu consigo continuar na minha rotina, adaptando os treinos e as sessões de surfe, mas levo as crianças na escola, vou buscar, faço minhas coisas e, querendo ou não, tira essa pressão de campeonato”, afirmou o atual campeão mundial da WSL.

O título em 2022 tirou um peso de Filipe Toledo. Nascido em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, Filipinho chegou leve para a competição nesta temporada. Foi campeão em três etapas: Sunset Beach (Havaí), El Salvador e Jeffreys Bay (África do Sul). A primeira colocação no ranking e a vaga antecipada para os Jogos Olímpicos apontavam para um Filipe Toledo difícil de ser batido.

“O ano que mais me diverti fui campeão mundial. Não tinha porque um ano depois do título ser diferente. E acho que o motivo é a constância. Consequentemente, as pessoas ligam a constância ao você ser difícil de ganhar ou se tornar imbatível. Não estou me gabando, jamais. Tenho confiança no que eu faço”, completou Filipinho.

Pelo primeiro lugar no ranking, Filipe Toledo será o último a entrar na água e precisa vencer duas baterias contra quem se classificar dos confrontos anteriores para garantir o bicampeonato.

Já a situação de João Chumbinho é diferente. Quarto colocado após as 10 etapas do circuito mundial, o surfista de Saquarema, no Rio de Janeiro, terá de remar para ser campeão. Chianca enfrentará o australiano Jack Robinson na primeira bateria do masculino. O vencedor avança para pegar Ethan Ewing, também da Austrália, e depois o americano Griffin Colapinto. Ou seja, para duelar com o compatriota Filipe Toledo, Chumbinho precisará vencer as baterias contra os outros três adversários do WSL Finals.

“Para mim, não adianta muito fazer especulações (sobre enfrentar Filipe Toledo) porque o mais concreto e o mais certeiro é minha primeira bateria. O resto está tudo no talvez”, disse João Chianca, campeão da etapa de Portugal na temporada de 2023 da Liga Mundial.

 A janela de competição do WSL FInals em Trestles, na Califórnia, será entre os dias 8 e 16 de setembro. Seguindo a previsão, a organização vai escolher a data com a melhor condição de ondas em San Clemente.  A disputa será realizada em um único dia para definir os campeões mundiais no masculino e no feminino.