Campinas 248 anos: Cidade que tem futuro

Metrópole do amanhã depende de ações que serão colocadas em prática hoje

Torre do Castelo Sérgio Rovere
Torre do Castelo
Sérgio Rovere

Aos 248 anos, Campinas não para de crescer e é preciso que os mais diversos setores acompanhem essa expansão. A metrópole tem uma economia diversificada, com potencial de geração de emprego é e muito favorável a quem quer empreender. Essa é a última de quatro matérias especiais que produzimos para celebrar o aniversário de Campinas, que foi comemorado nesta quinta-feira, 14 de julho.

Para o economista Izaias de Carvalho Borges, o desafio da cidade está mais nas questões ambiental e social, “do ponto de vista econômico, a cidade está muito bem posicionada, está entre as melhores do país nos termos de atração de capital, de geração de emprego e, portanto, de oportunidades, sobretudo, para a população mais jovem”, avalia.

A metrópole que, na década de 1960, tinha cerca de 350 mil habitantes, hoje, beira um milhão e trezentos mil. Cresceu demais e a tendência é continuar expandindo.

Para resolver os problemas gerados por esse crescimento que não foi planejado, o urbanista João Verde aponta soluções, como evitar o aumento de novos moradores nas áreas mais periféricas da cidade, “nós precisamos de uma cidade socialmente integrada e, em uma cidade socialmente integrada, nós não vamos resolver [os problemas] colocando a classe baixa na periferia, nós vamos ter que trazer essa classe baixa [para mais perto do Centro] e, buscar fazer com que essas pessoas tenham uma melhor qualidade de vida”, propõe.

Campinas vive uma desigualdade social que, segundo o prefeito Dário Saadi (Republicanos), é um dos principais desafios para os próximos anos, “nós somos uma metrópole que tem indicadores econômicos fantásticos. Somos a décima cidade do PIB do Brasil, somos uma região metropolitana maior do que muitos países da América Latina, mas nós enfrentamos uma desigualdade social que foi agravada pela pandemia. Então, o nosso desafio maior é diminuir a miséria em Campinas e reduzir a desigualdade social”.

A pandemia do coronavírus não somente aumentou a desigualdade social de Campinas, como também testou todos os limites do Sistema Único de Saúde e até da rede particular. 

Hospitais superlotados e filas de espera por um leito. Essa foi a realidade da cidade por bastante tempo durante a pandemia. 

Em nota, a Secretaria de Saúde de Campinas informou que, mesmo com a grande demanda por atendimentos no período da pandemia, todas as pessoas que procuraram às unidades passaram por acolhimento e ninguém foi desassistido.

 Agora, a expectativa é de que a situação caótica causada pela pandemia, que deu uma trégua, gere reflexos positivos na agilidade dos atendimentos no município daqui para frente.

Por outro lado, quando se fala de tecnologia em Campinas, a cidade se destaca. A chegada da internet de quinta geração está movimentando ainda mais os centros de pesquisa da metrópole. A internet 5G, que promete ser uma mais potente e veloz, além de mais “inteligente” e causar menos impacto ao meio ambiente, ainda não chegou em Campinas, mas já tem muita gente trabalhando para pensar em novas aplicações para ela.

Para o presidente da Associação Brasileira de Internet, Eduardo Neger, em um futuro bem próximo, Campinas já deve ter internet disponível à população em qualquer lugar da cidade, “para daqui a 10 anos, a realidade, que já está muito próxima de acontecer em toda área do município, é nós teremos a internet ubíqua, uma internet de alta velocidade, sem fio, disponível em todos os locais, seja através das redes 5G ou Wi-Fi, conectadas à fibra ótica nas empresas e nas residências”.

Segundo Neger, um dos desafios de Campinas para conviver com essa nova era é a estruturação de cabeamento de fibra ótica que já está saturada. 

O futuro vai conviver diretamente com a tecnologia e o próximo investimento deverá ser na geração de energia e na infraestrutura para vivermos com a mobilidade elétrica, “o uso dos veículos elétricos vai começar a crescer, tanto para o uso empresarial, quanto para o uso pessoal, mas, principalmente no transporte coletivo, que tem sido o grande impulsionador do transporte de mobilidade elétrica”, afirma o presidente da Abranet.

Como podemos ver, o futuro já está aí. O tempo passa rápido demais e a Campinas do amanhã depende de ações que serão colocadas em prática hoje. Então, nos resta seguir na torcida para que os próximos anos sejam de muito desenvolvimento nessa cidade.