A Prefeitura de Campinas (SP) afirmou que irá reeditar o vídeo publicitário sobre câmeras de monitoramento da cidade, publicado nas redes sociais oficiais, após o conteúdo ser alvo de críticas por mostrar apenas pessoas negras sendo abordadas pela Guarda Municipal (GM). Nesta quarta-feira (26), o promotor de Justiça do Ministério Público (MP) Daniel Zulian solicitou informações à Prefeitura e recomendou que, por cautela, seja suspensa a campanha com o conteúdo veiculado.
O executivo também foi alertado sobre o conteúdo do vídeo pela vereadora Guida Calixto (PT), que disse ter enviado um requerimento de indicação exigindo que a Prefeitura retirasse o vídeo imediatamente. Além disso, ela alega que enviou alertas ao Ministério Público (MP) e ao Conselho da Comunidade Negra de Campinas (SP). Nas redes sociais, a vereadora Mariana Conti (PSOL), também publicou críticas à campanha, alegando que o vídeo “reforça o estigma contra a população negra”.
Nos comentários dos vídeos, os internautas questionaram a presença apenas de pessoas negras sendo abordadas pela Guarda Municipal (GM) na produção. Ainda, um comentário alega que a publicidade reforça o “racismo” e “aporofobia” (que significa medo ou aversão aos pobres).
Em respostas às críticas, a administração da prefeitura agradece o alerta e afirma que irá reeditar o vídeo, mas ressalta que “o vídeo não é sobre raça, mas sobre crime. As câmeras não registraram a cor, mas o crime.”.
Outro lado
Procurada pela equipe da Band, a prefeitura enviou a seguinte nota:
“A Administração agradece a vereadora [Guida Calixto, do PT] pelo alerta e vai reeditar o vídeo sobre a operação das câmeras de vídeo no combate a violência. Ressalta que o vídeo não é sobre raça, mas sobre crime. As câmeras não registram a cor, mas o crime. Ressalta ainda que a maior prova é o rolê das motos, que deixou um saldo de três mortes. Graças às câmeras e aos radares, a prefeitura e a polícia estão indo atrás de quem violou as regas de trânsito independentemente da cor ou raça.”