A Prefeitura de Campinas (SP) iniciou, nesta quarta-feira (21), o inventário da população de capivaras em parques públicos da cidade para planejar castração e manejo dos animais. A medida teve início após a série de mortes por febre maculosa de pessoas infectadas pela doença em uma fazenda no distrito de Joaquim Egídio.
Após a conclusão do levantamento e autorização do governo estadual, a Prefeitura de Campinas abrirá licitação para contratar uma empresa e esterilizar as capivaras (incluindo os machos, fêmeas e filhotes). Todos os animais serão microchipados e receberão uma marcação que indique a castração.
A ação começa no Parque das Águas, no Parque Jambeiro, e abrange o Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão Filho, em Barão Geraldo, e o Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, na Vila Brandina.
O objetivo é subsidiar solicitação de autorização de manejo e esterilização dos animais à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. A caracterização das capivaras do Parque Portugal (Lagoa do Taquaral) e Lago do Café, ambos no bairro Taquaral, já foi realizada.
Segundo a prefeitura, o levantamento das capivaras nos parques públicos permitirá identificar o número de grupos, fêmeas, filhotes e machos – incluindo os machos dominantes (um por grupo) e solitários (satélites, que ficam próximos ao grupo). Além disso, a equipe vai analisar a distribuição espacial dos grupos pelo parque, onde costumam ficar e circulam.
Animais selvagens e protegidos por legislação federal, as capivaras são um dos principais hospedeiros do carrapato-estrela, que transmite a doença. Podem contrair a bactéria que causa a febre maculosa quando são parasitadas por carrapatos-estrela infectados, desenvolvendo grande número de bactérias, o que permite que outros carrapatos contraiam a bactéria quando se alimentam do seu sangue.
Dados
Na semana passada, em parceria com a universidade PUC-Campinas, o Departamento de Proteção e Bem Estar Animal já havia realizado o inventário no Taquaral e no Lago do Café. No Taquaral, foram identificados dois grupos com 48 indivíduos no total. Um deles costuma ficar na decantação da Lagoa e outro próximo a Caravela. Já no Lago do Café, 28 capivaras foram contadas, dividindo-se em dois grupos, um no primeiro lago, na entrada do parque, e outro no terceiro.