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Campinas promove a Semana Guilherme de Almeida a partir desta segunda

Programação diversificada com poesia e arte, concurso, saraus, exposições e palestras

Poesias e haicais em varal na Praça Guilherme de Almeida, em frente ao Palácio da Justiça Divulgação/PMC
Poesias e haicais em varal na Praça Guilherme de Almeida, em frente ao Palácio da Justiça
Divulgação/PMC

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, por meio da Coordenadoria Departamental de Bibliotecas e comissão organizadora, promove, de 4 a 11 de julho, a Semana Guilherme de Almeida. Este ano, o evento volta a ser presencial. Em 2020 e 2021 foi online, por causa da pandemia. 

O tema deste ano é Semana Guilherme de Almeida e da Arte Moderna. A Semana Guilherme de Almeida é anual conforme a Lei Municipal 10.138, de 25 de Junho de 1999. 

O evento é gratuito e a programação está bem diversificada com poesia e arte aberta ao público, concurso com alunos da rede municipal de haicais (poema curto de origem japonesa), saraus, declamação, exposições, bem como palestras e debates sobre a vida, a trajetória e as obras desse poeta campineiro.

“Durante a pandemia, a Semana Guilherme de Almeida se reinventou e aconteceu virtualmente e também conseguiu trazer novas expressões da literatura municipal. Agora, passado esse período de isolamento, nós felizmente voltamos a nos encontrar nas bibliotecas, nas praças, nos espaços públicos para compartilhar grandes obras da literatura que foram feitas em Campinas e também a produção recente, os saraus, o conviver em ambiente literário. Esse é um dos grandes objetivos da Semana Guilherme de Almeida que é reconhecer o passado, mas também tornar presente a produção literária da cidade”, disse o diretor de Cultura, Gabriel Rapassi. 

"Comemorar esta semana no mês de aniversário da nossa cidade é de muita importância no calendário de Campinas, pois além de revivermos a vida e obra de Guilherme de Almeida, um modernista que faz parte da memória campineira, fomentamos o surgimento de novos escritores, leitores e poetas vivos através dos eventos e oficinas realizados", destaca a coordenadora departamental de Bibliotecas, Renata Alexsandra da Silva.

Abertura

A abertura oficial será na segunda-feira, 4 de julho, das 10h às 12h, na praça Guilherme de Almeida, em frente ao Palácio da Justiça, Centro de Campinas. As homenagens ao poeta contarão com declamações poéticas, poesias e haicais de Guilherme oferecidas ao público na bandeja, apresentação musical com a Banda EsPCEx, ABAL e Conservatório Carlos Gomes, varal de Haicais e doações de livros pela Associação OndulArte e Coordenadoria de Bibliotecas. 

Ao longo da Semana, também, entre os destaques, haverá um bate papo com museólogo da Casa Guilherme de Almeida e coordenador do CAE (Coordenadoria de Apoio ao Escritor) do Museu Casa das Rosas, na Biblioteca Municipal Prof. Ernesto Manoel Zink. Na programação novos episódios radiofônicos na Rádio Educativa FM 101.9.

Sobre Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida, poeta e ensaísta, nasceu em Campinas, em 24 de julho de 1890, e faleceu em São Paulo, em 11 de julho de 1969. Filho do jurista e professor de Direito Estevam de Almeida, estudou nos ginásios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e Nossa Senhora do Carmo, de São Paulo. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, onde colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1912. Dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo.

A publicação do livro de poesias "Nós" (1917), início de sua carreira literária, e dos que se seguiram, até 1922, de inspiração romântica, colocou-o entre os maiores líricos brasileiros. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, fundando depois a revista Klaxon.

 Percorreu o Brasil, difundindo as ideias da renovação artística e literária, em conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo, segundo a tese de que a poesia brasileira “deve ser de exportação e não de importação”. Os seus livros "Meu" e "Raça" (1925) exprimem essa orientação fiel à temática brasileira. 

A sua entrada na Casa de Machado de Assis significou a abertura das portas aos modernistas. Formou, com Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Alceu Amoroso Lima, o grupo dos que lideraram a renovação da Academia Brasileira de Letras. Em concurso organizado pelo Correio da Manhã foi eleito, 16 de setembro de 1959, “Príncipe dos Poetas Brasileiros”.

 Foi membro da Academia Paulista de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela e do Instituto de Coimbra. Traduziu, entre outros, os poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, também, a peça “Entre quatro paredes”, de Jean Paul Sartre.