Capivaras da Lagoa do Taquaral ganham depilação em formato de coração para sinalizar castração

Trabalho de esterilização faz parte de ação em combate à transmissão da febre maculosa

Por Da redação

Capivaras da Lagoa do Taquaral ganham depilação em formato de coração para sinalizar castração
A marca deve sumir em semanas
Divulgação

As capivaras da Lagoa do Taquaral, em Campinas (SP), estão recebendo uma tosa em formato de coração na parte traseira do corpo para sinalizar que foram castradas e facilitar o acompanhamento pós-cirúrgico. A “tatuagem” some em algumas semanas. O trabalho de esterilização faz parte de projeto da prefeitura de combate à transmissão da febre maculosa por meio da redução de nascimentos de filhotes.

Até o momento, foram realizados os procedimentos cirúrgicos em 53 capivaras de dois grupos diferentes que vivem no Parque Portugal, em três campanhas de cirurgia. 

“A castração é uma medida que promove o bem-estar dos animais, além de diminuir o risco de transmissão da febre maculosa e, o mais importante, é que todas as capivaras também estão sendo microchipadas, permitindo que sejam acompanhadas por toda a vida”, destaca o gestor ambiental e assessor do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), Rodrigo Pires. 

Plano de Manejo 

O DPBEA segue fazendo a ceva, captura e castração, uma vez que a população de capivaras varia de forma sazonal, em função dos picos de reprodução da espécie.

“Agora, que está iniciando um outro pico reprodutivo, a população de capivaras no Taquaral é de cerca de 100 animais, mas este número não é fixo, amanhã pode haver mais. Seguiremos com o trabalho até que todos os animais tenham sido esterilizados”, explica o assessor. 

O manejo das capivaras começou no dia 26 de setembro, com a alimentação controlada em locais e horários específicos, passando pela captura do grupo, realização das cirurgias (vasectomia e salpingectomia) e recuperação. 

O processo continua em andamento com a soltura dos animais esterilizados e captura dos animais satélites, aqueles que pertencem ao grupo mas não ficam, necessariamente, juntos a ele, vivem nas proximidades. 

Combate à febre maculosa 

A Administração Municipal aposta na esterilização das capivaras como técnica auxiliar para prevenir a transmissão da febre maculosa, que pode ocorrer quando um carrapato se alimenta do sangue de um animal infectado, como a capivara (entre outros), e depois de picar uma pessoa. A capivara não transmite diretamente a doença às pessoas. 

De acordo com Rodrigo Pires, do DPBEA, ao impedir o nascimento de novos indivíduos, a médio prazo, o ciclo de transmissão da bactéria causadora da doença deve ser interrompido. 

"Acreditamos que a medida pode ajudar a combater a transmissão da febre maculosa porque a capivara só transmite a Rickettsia uma vez na vida, depois disso, não transmite mais. Então, se mantivermos o grupo vivo no local, impedindo o nascimento de novos indivíduos, em algum momento, não teremos novas capivaras dando sequência ao ciclo da bactéria", explica. 

Além de evitar novos nascimentos, a esterilização visa também dificultar a entrada de novas capivaras nos parques. "O processo de vasectomia e laqueadura mantém os animais produzindo os hormônios normalmente e a estrutura social do grupo permanece a mesma, ao contrário da castração, que

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