A Prefeitura de Campinas (SP) declarou o fim do estado de emergência para dengue nesta sexta-feira (14), após registro de queda no número de casos na cidade. Entre 1º de janeiro e esta última quinta-feira (13), a Secretaria de Saúde contabilizou 107.557 casos da doença e 37 mortes. Vale ressaltar que, apesar da flexibilização, Campinas segue em epidemia para dengue, já que a ocorrência de casos segue acima do esperado.
A medida de emergência havia sido decretada em 7 de março para permitir ações extras da Administração no enfrentamento à epidemia e assistência aos pacientes durante o período de maior transmissão da doença. O pico ocorreu entre 7 e 13 de abril.
O que muda?
O fim do estado de emergência está relacionado à capacidade de resposta do Município para enfrentamento da dengue. Neste momento, a cidade constatou que há diminuição gradativa dos casos confirmados desde 5 de maio, por conta da redução das temperaturas. Para a população, portanto, isso significa inicialmente melhora no cenário epidemiológico.
A situação de emergência permitia ao município adotar todas as medidas administrativas e assistenciais necessárias à contenção do aumento de casos de dengue. Isso garantiu, por três meses, maior agilidade na compra de insumos como soro e de materiais para nebulização, além do pagamento de horas extras para reforçar a assistência, neste caso, por meio da abertura de mais centros de saúde ou ampliação de horário aos sábados.
Neste contexto, a análise técnica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), com pareceres do Departamento de Saúde (DS) e da Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, é de que Campinas consegue realizar as ações de combate e prevenção à dengue, além de assistência em saúde aos pacientes, sem precisar de medida excepcional.
Epidemia
Campinas permanece em epidemia, uma vez que a ocorrência de casos de dengue segue acima do esperado e, portanto, corresponde a parâmetros técnicos para esta classificação.
“Houve uma queda expressiva de casos não se justificando mais as ações emergenciais, porém, ainda estamos em epidemia. Temos muitos casos e precisamos da população para controle de criadouros”, destacou a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.
Neste ano, a epidemia é nacional e dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, sobretudo por conta de sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.
Combate à dengue em Campinas - até 11 de junho
- Controle de criadouros: 799,9 mil imóveis visitados
- Nebulização: cobertura de 122,2 mil imóveis
- Pontos estratégicos e imóveis especiais: 2,1 mil imóveis visitados
- Atendimentos de denúncias: 2,4 mil
- Mutirões aos sábados: 83,4 mil imóveis de 133 bairros visitados até o 19º
A Prefeitura mantém mutirões contra a dengue, com objetivo de eliminar criadouros do mosquito e orientar a população. O próximo está programado para este sábado (15) e deve passar por 10 bairros.
A população deve seguir ajudando no combate à dengue
Como a cidade permanece nesta classificação, as medidas de prevenção e combate precisam ser contínuas e realizadas o ano todo, incluindo as estações mais frias. Além disso, o objetivo é evitar novo aumento expressivo de casos quando as condições climáticas estiverem ainda mais favoráveis à proliferação do mosquito.
A melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d'água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.
Quando procurar atendimento médico?
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.