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“E-Commerce”: Hábitos estão se adaptando pós-pandemia, afirma especialista

Consumidores, porém, não abrem mão da pesquisa de preços

Por Edison Souza

Pesquisa de preços continua sendo fundamental Arquivo Pessoal
Pesquisa de preços continua sendo fundamental
Arquivo Pessoal

Certamente é inegável o aumento paulatino que vem ocorrendo em todo mundo, especialmente na análise do Brasil, das compras on-line ou como chamamos do crescimento dos ambientes de “E-Commerce” ou comércio eletrônico para salvar nossa língua. 

Isto se deve a vários fatores, como um principal deles, o crescimento das facilidades em ambientes de software amigáveis, sem a necessidade de grandes desenvolvimentos de ferramentas pelos especialistas de programação, o que chamamos de “Market Places”, fazendo assim com que pessoas simples, produtos simples estejam disponíveis para aquisição on-line, nas transações de E-Comerce. Um outro fator foi também a disponibilidade em território nacional das redes, sejam fixas, sejam sem fio possibilitando então acesso fácil e rápido a qualquer pessoa, em muitas vezes com um celular simples. 

Ainda mais um fator, este sem ter sido previsto por nenhum especialista do setor, que foi a Pandemia. Se formos analisar o que ela trouxe de bom, em especial, na nossa área de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, é que fomos obrigados a melhorar nossas ferramentas, a deixar pronto aquilo que era previsto somente para alguns anos à frente, tais como,sofisticar a comunicação remota, aparelhar as empresas, instituições e casas. Estávamos trancafiados. 

Dito isto os hábitos de compra com a volta da frequência às lojas, shoppings, conveniências faz com que o consumidor tenha o prazer de pegar seu produto na hora, pagar e levar para casa. A espera não é necessária. Ressaltamos também que diminuiu bastante na pandemia, chegando algumas vezes ser no mesmo dia, pois as cadeias de logística também ficaram sofisticadas em algumas regiões. E veio para ficar, com promoções de mercadorias sem frete, receba no mesmo dia se você é preferencial, tem mais pontos acumulados além de outras facilidades. 

Segundo Marçal dos Santos é consultor de empresas, com experiência no mercado de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, um hábito de compra que sempre foi explorado foi o de visualizar, tocar, experimentar, os produtos nas lojas, talvez uma ou duas e depois fazer a tradicional pesquisa de preços na Internet (até com sites especializados para isso) e aí adquirir on-line com as melhores condições de preços e pagamentos. Algumas das redes de lojas físicas que tem também seu E-Comerce até incentivam a prática a seus clientes, pois alguns estoques locais são mais custosos para manter e estas lojas físicas tornam-se apenas um mostruário dos produtos. 

“Esse fenômeno ocorre com mais frequência para produtos duráveis, como eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, alguma parte de vestuário e acessórios. Para estes produtos a cadeia logística de entregas sofisticou-se também diminuindo sensivelmente o prazo de entrega, gerando a satisfação do usuário de ter o produto em mãos, utilizá-lo imediatamente, diminuindo assim a ansiedade da espera por ele, tão característica dos consumidores, sejam eles aqueles compulsivos, ou mesmo aqueles mais conservadores e moderados, mas que também ao comprar querem usar o mais rápido possível. 

Um fenômeno contrário ao explorado acima, está no fato das compras voltarem a ser nas lojas daqueles produtos menos duráveis, como alimentação, e utensílios, nas lojas de varejo. Estes no período de Pandemia, também foram entregues com muita presteza aos consumidores”, afirma o especialista. 

Uma análise e estudo da “Jornada de Compra do consumidor Omnichannel”, desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com o Instituto Qualibest, evidenciou que mais de 80% dos consumidores costumam pesquisar os produtos, características e preços antes de comprar algo no supermercado. Destes mais de 70% usam a Internet como meio principal, mais de 40% em sites de busca, em torno de 20% em Market Places e por volta de 15% em Redes Sociais. Somente 20% pesquisam indo a lojas físicas.

“Omnichannel” é uma estratégia de conteúdo entre canais que as organizações usam para melhorar sua experiência do usuário e conduzir melhores relacionamentos com seu público nos pontos de contato.  

Marçal dos Santos também fala das compras de supermercado, quando 92% dos consumidores planejam compras de reposição. Este planejamento se liga ao fato da pesquisa, e talvez não tão frequente, mais com o chamado impulso de ver o produto, que nem está necessitando, aquele mais bonito ou mais gostoso na prateleira. Porém ainda assim, 30% preferem ir à loja que precisam, preferencialmente aqueles locais que tenham mais lojas como shopping center, ruas de comércio ou galerias.

“Quando a compra de supermercado é online o principal meio utilizado são aplicativos da própria loja ou marca (49%). Em seguida, aplicativos de entrega, que possuem igual relevância (48%). Em terceiro, Market Places (42%) também é uma das plataformas mais utilizadas pelos consumidores. Seja uma verificação dos produtos nas lojas físicas e depois compra através da Internet, ou uma verificação na Internet para compra nas lojas, o consumidor tem cada vez mais “poder” de negociação e planejamento de suas compras. E o que alguns poderiam chamar de concorrência, ou até de “problemas” pode sim ser classificado de grandes oportunidades do produtor e lojista em melhorar seus negócios na hora da venda e entrega aos seus consumidores”, completa Santos.