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Gaeco cumpre operação contra fraudes em contratos da Câmara de Campinas

Zé Carlos, presidente da Câmara, é investigado pois teria pedido propina a prestadores de serviços

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Concentração na Câmara Municipal de Campinas
Concentração na Câmara Municipal de Campinas
Reprodução TV

O Ministério Público (MP), com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço MP que investiga o crime organizado, e do Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia), cumpre, na manhã desta quarta-feira (17/8), a Operação Lambuja, contra corrupção na Câmara de Campinas, nas cidades de Campinas (SP) e Jundiaí (SP).

Ao todo, são cumpridos cinco mandados de busca. Zé Carlos (PSB), presidente da Câmara Municipal de Campinas (CMC), e Rafael Creato, advogado da presidência, estão sendo investigados.

As buscas têm como objetivo fazer a apreensão de documentos que denunciam fraudes em contratos da CMC. A denúncia contra o presidente da CMC é de que ele teria pedido propina para fechar contratos de prestação de serviços terceirizados junto ao Poder Legislativo. Zé Carlos não atendeu ligações.

Foram cumpridos mandados na casa de Zé Carlos, um na casa do advogado Rafael Creato, em Jundiaí, um no escritório de advocacia de Creato na cidade de Campinas, um na Câmara Municipal e outro no Teatro Bento Quirino, onde atualmente funcionam o gabinete do presidente e outros setores da Casa.

Foram apreendidos documentos, computadores, pen drives e aparelhos de telefone celular. Participaram da operação cinco promotores de justiça, sete servidores do MPSP e 43 policiais militares. A investigação para identificar outros eventuais casos de corrupção, bem como lavagem e ocultação de bens, prossegue.

O material apreendido será levado para a sede do MP, em Campinas. Uma coletiva de imprensa será realizada no decorrer do dia para maiores esclarecimentos.

A denúncia

A denúncia chegou até o promotor do Gaeco através de um vereador (não identificado), que disse que Zé Carlos, presidente da Câmara, teria feito um pedido de propina ao dono da TV Grupo Mais, que é, hoje, a TV responsável pela TV Câmara. A TV Grupo Mais tem um contrato com a Câmara de R$ 6 milhões.

Segundo uma gravação que o MP teria em mãos, Zé Carlos teria pedido propina para manter o contrato, mas o dono da TV Grupo Mais, recusou.

Diante da informação de tentativa de pedido de propina, o Gaeco convocou todos os antigos prestadores de serviços da Câmara, que eram fornecedores antes de Zé Carlos assumir, para saber se eles haviam deixado de prestar serviços por não terem aceitado realizar o pagamento de propina a Zé Carlos.

Alguns antigos fornecedores teriam dito que deixaram de prestar serviços por causa de questões administrativas e que não tinham mais condições de continuar. Outros, teriam afirmado que não continuaram trabalhando na Câmara porque não aceitaram pagar propina ao presidente.

Nesse momento, os promotores entraram em no teatro Bento Quirino, onde fica a sala de Zé Carlos e o setor administrativo, e estão pedindo para que os funcionários identifiquem de quem é cada computador para realização das apreensões.

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