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Índice de emprego volta a cair em Campinas

A taxa de emprego de março recuou 33,7% em comparação a fevereiro de 2022. Ainda assim, é 55,84% maior que o registrado no ano passado

*Rafaela Oliveira

Das 697.863 pessoas empregadas, 697.863 não tem carteira assinada
Das 697.863 pessoas empregadas, 697.863 não tem carteira assinada
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Embora o número de empregos em Campinas tenha avançado 55,84% em março deste ano, em comparação ao mesmo período de 2021, o índice aponta uma queda de 33,7% em relação a fevereiro de 2022. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que aponta que o desemprego atinge 9,55% da população do município.

Em fevereiro deste ano o município registrou 2.454 vagas de trabalho com carteira assinada. Em um mês, essa taxa caiu 33,7%, registrando apenas 1.627 vagas. 

Mais da metade da população campineira trabalha de maneira informal, sendo que das 697.863 pessoas empregadas, 324.995 contam com carteira assinada e 697.863 estão na informalidade. 

Em 2022, o único setor que expandiu foi o de Serviço, chegando a atingir 113,67% de crescimento em comparação a 2021. No entanto, os demais apresentaram quedas nas vagas com carteira assinada: Agropecuária (287,5%), Construção Civil (44,13%) e Indústria (26,88%). O Comércio perdeu, no período entre março de 2021 e 2022, 30,23% dos postos de trabalho. 

No geral, o levantamento aponta que 73.704 moradores de Campinas não estão empregados. Ou seja, considerando a População Economicamente Ativa (PEA), de 771.567 pessoas em uma população de 1.223.237 habitantes, o índice de desemprego atinge 9,55%. 

Região Metropolitana de Campinas  

A taxa de emprego na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em março deste ano recuou 40,08% na comparação com fevereiro deste ano. E 5,08% em comparação ao mesmo período de 2021. 

O setor de Serviços e o da Agropecuária expandiram, respectivamente, 95,5% e 49,4%. Os demais setores regrediram na geração de postos de trabalho neste comparativo: Construção Civil (86,99%), Indústria (76,27%) e Comércio (41,64%). 

Na RMC, houve 26,85% de redução dos empregos no acumulado dos períodos de janeira a março de 2021 e 2022. Nos três primeiros meses do ano foram abertas 143.272 vagas e registrados 125.931 desligamentos. O saldo foi positivo em 17.341 ofertas de emprego.  

Cidades 

Entre as cidades da Região Metropolitana de Campinas, as que mais geraram empregos em março deste ano foram, respectivamente, Santa Bárbara D`Oeste (3,01%), Holambra (1,95%) e Sumaré (1%). 

Em Santa Bárbara D`Oeste houve 3.836 admissões e 2.314 demissões (saldo de 1.522 vagas). Holambra, que ocupa o segundo lugar, teve 919 admissões e 692 desligamentos (saldo de 227 vagas). Já em Sumaré foram registradas, em março de 2022, 2.830 admissões e 2.266 demissões, com saldo de 564 novos postos de trabalho. 

As cidades que sofreram a maior queda no saldo entre admissões e demissões, em março de 2022, são Paulínia, onde foram contratados 1.915 trabalhadores e demitidos 2.408 (493 postos de trabalho perdidos), o que representa uma redução de 1,13%. Cosmópolis, com um déficit de 28 vagas (413 contratações e 441 desligamentos), em março de 2022, o que corresponde a um percentual negativo de 0,27%. 

No primeiro trimestre de 2022, o maior crescimento em número de vagas foi registrado em Santa Bárbara D´Oeste, com 5,66% de aumento na oferta de vagas (9.088 contratações e 6.298 demissões, com saldo positivo de 2.790 postos).  

Em segundo lugar, com o crescimento de 5,64%, está Holambra, com saldo de 635 postos de trabalho ofertados, resultantes das 2.541 admissões e das 1.906 demissões no período. O terceiro melhor resultado foi conquistado por Engenheiro Coelho — 3,89% — com um saldo de 151 vagas, resultantes das 533 admissões e 382 demissões 

Avaliação 

 Em março de 2022, o Salário Médio de Admissão também reduziu em comparação ao mês anterior. O salário médio ofertado em março, de R$ 1.782,57, apresentou uma redução de 2,03% sobre o salário de fevereiro que foi de R$ 1.821,29, de acordo com o economista da ACIC, Laerte Martins. 

“A qualificação do emprego continua abaixo das especificações e necessidades da mão de obra procurada”, completa o economista.  

De acordo com ele, a perspectiva para os próximos meses é de indefinições quanto à expansão da mão de obra, devido ao impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia, em todo o Brasil. Além disso, outros aspectos, como a atual crise econômica no país, trazem ainda mais incertezas sobre o cenário futuro. 

Em nível nacional, segundo o Novo CAGED, o Emprego Formal com Carteira Assinada, em março de 2022 apresentou um saldo positivo de 136.189 postos de trabalho, decorrente de 1.953.071 admissões e de 1.816.882 demissões. 

As vagas de emprego, em março de 2022, sofreram redução de 26,04% em relação a março de 2021, com volumes em expansão no segmento de Serviços, que cresceu 12,77%. O Comércio teve queda de 98,04% na quantidade de vagas ofertadas, assim como Indústria (63,80%), Agropecuária (466,19%) e, a Construção Civil (0,16%). 

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