A Justiça acolheu o pedido do Ministério Público (MP) e decretou a prisão preventiva de Leandro Lustosa dos Santos, acusado de matar por asfixia a cozinheira Renata da Silva Teles, de 43 anos, em um hotel na região central de Campinas (SP). O crime aconteceu no dia 23 de dezembro do ano passado e a decisão foi tomada nesta quarta-feira (27). Na ocasião, o suspeito estava de saída temporária da prisão, onde cumpria pena de 12 anos por um feminicídio que cometeu em 26 de dezembro de 2018.
Leandro, de 43 anos, responderá pelo segundo feminicídio com agravantes por ter sido cometido por meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, assim como pelo roubo do celular da mulher.
Segundo o Ministério Público (MP), Leandro cumpria pena pelo feminicídio anterior em Sorocaba (SP). Em agosto de 2023, conseguiu progressão ao regime semiaberto. Em seguida, ele obteve direito ao benefício da “saidinha” de final de ano.
No período do último Natal, ele foi à Campinas (SP) e conheceu Renata em um bar. Câmeras de monitoramento registraram eles chegando juntos em um hotel. Lá, Leandro teria asfixiado a vítima no quarto, roubado o celular dela e fugido.
Após a morte da cozinheira, Leandro voltou à penitenciária de Sorocaba (SP) e foi reconhecido como suspeito de matar Renata. Ele contou que conheceu ela no sábado (23/12) e que beberam bebidas alcoólicas juntos. Depois, foram ao hotel, onde o crime aconteceu. Leandro disse que estava bêbado e não lembra porque cometeu o crime.
De acordo com o boletim de ocorrência, vítima e suspeito chegaram ao hotel no domingo (24), véspera de Natal, por volta das 16h40. Durante a madrugada, o homem deixou o local, dizendo para a recepcionista que iria comprar fraldas e que voltaria.
Após o tempo de hospedagem pago pelo casal ter esgotado, funcionários foram até o quarto, tentaram contato com a vítima, que não respondia. Ao entrarem no cômodo, se depararam com Renata deitada na cama, sem sinais vitais. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado e constatou a morte da mulher.
A Polícia Militar foi chamada e apontou possibilidade de morte por asfixia, com o uso de travesseiros. Foi requisitada uma perícia por parte do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
A vítima havia acabado de sair de uma clínica de reabilitação
Horas antes de fazer check-in no hotel acompanhada por Leandro, Renata havia sido retirada de uma clínica de reabilitação, onde foi internada pela família contra vontade no dia 13 de dezembro. Ela sofria de alcoolismo.
A esposa foi buscá-la no dia 23 após ela relatar que o local mantinha os pacientes em condições insalubres. Durante o trajeto para casa, ao pararem o carro num posto de gasolina na Avenida Dr. Alberto Sarmento, Renata desceu do carro e foi embora sozinha.
Antes disso, Renata havia discordado durante o almoço de ser internada novamente em uma clínica de reabilitação e pediu para ser deixada em uma pensão perto do Terminal Rodoviário de Campinas.
A investigação
O celular da vítima, com o qual foi feito o pagamento da hospedagem, no valor de R$ 120, foi levado pelo suspeito que segue foragido.
O caso foi registrado como homicídio, no 1º Distrito Policial de Campinas e é investigado pela Polícia Civil.