Justiça impõe que 70% dos enfermeiros da Rede Mário Gatti voltem ao trabalho

“Os atendimentos de urgência e emergência não foram afetados”, garante a Prefeitura

Da Redação

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou, nesta quarta-feira (18), que ao menos 70% dos profissionais de enfermagem voltem ao trabalho em todas as unidades da Rede Mário Gatti, autarquia responsável pelo atendimento médico em Campinas (SP), em resposta à greve iniciada ontem (17). Caso a exigência não seja cumprida, o sindicato da categoria será multado diariamente em R$ 1 mil por trabalhador que não cumprir a ordem.

A greve teve início porque a Rede Mário Gatti não repassou a verba enviada pelo Ministério da Saúde para complementar o salário dos profissionais e cumprir o piso salarial da categoria.

A liminar foi expedida pelo desembargador João Alberto Alves Machado, vice-presidente judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. Uma audiência de mediação e conciliação foi marcada para amanhã (19), entre a Rede e o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Campinas (Sinsaúde Campinas).

Segundo a Prefeitura de Campinas, cerca de 60% dos técnicos de enfermagem terceirizados estão parados nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e no Hospital Ouro Verde. Nos hospitais Mário Gatti e Mário Gattinho a paralisação foi de 16% dos trabalhadores.

Para suprir a ausência dos profissionais de enfermagem terceirizados, a Rede Mário Gatti afirma que deslocou trabalhadores de outros setores e estão sendo feitas horas extras pelos profissionais concursados.

Apesar da greve não causar a interrupção de nenhum serviço na Rede – como cirurgias, consultas agendadas, exames –, a Prefeitura afirma que o tempo de espera nos atendimentos menos complexos aumentou. “Os atendimentos de urgência e emergência não foram afetados”, garante a Administração Municipal. 

A Rede Mário Gatti garante que irá transferir até sexta-feira (20) os recursos às duas empresas que prestam serviços nas unidades de pronto atendimento e prontos-socorros na área de enfermagem. Com o repasse, elas poderão cobrir a diferença salarial em relação ao piso nacional de seus profissionais que atuam na área de enfermagem. As empresas assumiram o compromisso de pagar esses funcionários assim que o recurso entrar em conta e não mais no dia 30, como anteriormente previsto.