Justiça liberta psicóloga que procurou hospital com bebê morto na mala

Defesa da mulher alega que ela sofreu uma “provável psicose puerperal”

Da Redação

Justiça liberta psicóloga que procurou hospital com bebê morto na mala
A mulher recebeu alta médica e foi encaminhada à uma delegacia de Campinas
Reprodução/Band Mais

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu, nesta terça-feira (12), liberdade provisória à psicóloga, de 31 anos, que deu entrada em um hospital de Campinas (SP) com um bebê morto dentro de uma mala. A mulher teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na última quarta-feira (6), quando teve alta médica e foi encaminhada à cadeia de Paulínia (SP). 

A medida prevista pelo juiz Hélio Villaça Furukawa, da 2ª Vara Criminal e do Júri de Itu (SP), onde a psicóloga reside, prevê medidas que ela deve cumprir para responder o processo em liberdade. As obrigações são: comparecer a todos os atos processuais, comparecer bimestralmente em juízo para justificar as atividades, manter endereço atualizado e não se ausentar da Comarca por mais de 10 dias sem autorização. O descumprimento de qualquer das obrigações acarretará a decretação da prisão preventiva, ressalta o documento.

O advogado da psicóloga, Ralph Tórtima Filho, alega, por meio de nota, que “a defesa entende que a decisão, além de muito técnica, revela-se ponderada e humana, diante de um contexto que ainda precisa ser esclarecido.”

O caso foi registrado como aborto provocado pela gestante e ocultação de cadáver. A defesa alega que a mulher sofreu  “provável psicose puerperal” – um quadro psicótico que gera delírios e alucinações na mãe. O caso ainda é investigado.

Relembre o caso 

Uma psicóloga de 31 anos, moradora de Itu (SP), deu entrada em um hospital privado de Campinas (SP), com um bebê morto dentro de uma mala no dia 5 de dezembro de 2023. O recém-nascido aparentava estar morto há alguns dias e a equipe médica chamou a polícia.

A mulher teve a prisão em flagrante decretada e permaneceu internada até o dia 6, quando teve a prisão convertida para preventiva e foi levada à cadeia feminina de Paulínia (SP).

A mulher contou à polícia que sofreu um aborto espontâneo e, assustada, colocou o recém-nascido dentro de uma mala e a escondeu numa estante. A Polícia Civil estima que o parto tenha ocorrido entre quinta (30) e sexta-feira (1º). Ela ainda disse que o namorado sabia sobre a gravidez, mas que não contou aos pais, pois tinha medo de sofrer represália. 

Ralph Tórtima Filho, advogado de defesa da psicóloga, afirma que tenta a revogação da prisão da mulher, que ele julga como “injustificável”. Por meio de nota, ele diz que a atitude da mulher foi tomada sob “provável psicose puerperal” e que gravidez foi “esperada e desejada” e teve todo acompanhamento médico especializado.  

O caso foi registrado como aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento e destruição, subtração ou ocultação de cadáver no 1º Distrito Policial de Campinas (SP).