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Justiça ouve reús acusados de sequestrar, torturar e matar ganhador da Mega-Sena

Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de R$ 47,1 milhões, foi encontrado morto em setembro do ano passado em Hortolândia

Os cinco réus acusados de ter participado do assassinato do ganhador da Mega-Sena Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morto em Hortolândia (SP), serão interrogados em uma audiência da Justiça nesta quarta-feira (03), a partir das 13h30. Eles são acusados de associação criminosa e extorsão mediante sequestro seguido de morte. A pena pode chegar a mais de 30 anos de prisão. 

Serão ouvidos pela Justiça de Hortolândia: Rogério de Almeida Spínola (48), Rebeca Messias Pereira da Silva (24), Roberto Jefferson da Silva Marcos (38) e  Marcos Vinicyus Sales de Oliveira (22) e Marcus Vinicius Ferreira (22). Todos alegam que são inocentes e na audiência de custódia, realizada em 9 de março, todos preferiram ficar em silêncio. Na ocasião, o juiz ouviu 13 testemunhas de acusação. Entre eles os dois irmãos do Jonas Lucas, a advogada que representa a família, os gerentes dos bancos e policiais que participaram da investigação. 

Relembre o crime

O crime aconteceu no dia 14 de setembro do ano passado, há mais de sete meses. Jonas Lucas Alves Dias, ganhador da Mega-Sena em 2020, foi encontrado morto às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-101), em Hortolândia, interior de São Paulo. Ele foi o ganhador de uma aposta de R$ 47,1 milhões há pouco mais de dois anos. 

A vítima teve aproximadamente R$ 20 mil retirados de sua conta bancária por meio de transferências bancárias e via PIX no dia anterior a sua morte, na cidade de Monte Mor (SP). Além disso, teve uma transferência de R$ 3 milhões foi negada pelo banco da vítima. O cartão de débito de Jonas também foi levado pelos suspeitos.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima tinha sinais de espancamento quando foi encontrado na rodovia. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Americana, aponta que a causa da morte do homem, de 55 anos, foi traumatismo craniano

Detalhes do sequestro e assasinato 

As investigações apontaram que foram usados dois carros para praticar os crimes contra Jonas Lucas: um Ford Fiesta preto e uma caminhonete prata da Chevrolet. Quem dirigia a caminhonete, carro onde foi colocada a vítima, era Marcos Vinicyus, conhecido como “Vini”, que tem passagem pela polícia por receptação. Jonas teria sido abordado por volta das 6h da manhã, enquanto ia caminhando para comprar pão. Rogério de Almeida Spínola, que tem passagem por homicídio, é apontado como o responsável pelas agressões e tortura. 

A vítima ficou sob posse dos criminosos por cerca de 24 horas. A delegada Juliana Ricci, da Deic de Piracicaba (SP), aponta as circunstâncias que levaram a morte de Jonas Lucas por traumatismo craniano:

O grupo usou de extrema violência para conseguir os dados bancários da vítima, como a senha. Ele ficou desacordado em razão dessa violência. Foi encontrado horas depois às margens da rodovia.

Roberto Jefferson, conhecido como “Gordo”, é proprietário do Fiesta usado no sequestro e para levar os bandidos até a agência bancária, onde eram realizados os saques e a habilitação do aplicativo para movimentação via Pix.

As câmeras de segurança mostraram que foi Marcos Vinicyus que habilitou, junto ao caixa eletrônico, o aplicativo de telefone para movimentar a conta bancária da vítima. Neste momento, ele fez dois saques de R$ 1 mil. Também foi constatada uma transação de R$ 18,6 mil.

Quanto a mulher presa, identificada como Rebeca, aparece nas imagens da câmera de segurança de uma agência bancária. Segundo as investigações, foi para ela que foi depositado parte do dinheiro roubado da vítima. A defesa afirma que ela foi usada pelos outros suspeitos por ser uma pessoa em vulnerabilidade social. 

O último preso, Marcus Vinicius, encontrado com um dos carros usados no crime e sob posse de uma arma com numeração raspada. 

Os suspeitos, segundo a polícia, conheciam Jonas Lucas, que, apesar de ter ganhado R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em setembro de 2020, mas não quis mudar seu estilo de vida. Ele reformou sua casa, porém continuou morando no mesmo bairro e manteve a mesma rotina que tinha antes de se tornar um milionário. E não escondia que havia ganhado na loteria.