A Polícia Civil indiciou nesta quinta-feira (31), por abandono de incapaz, a mãe das três crianças que teriam sido torturadas pelo próprio pai no Jardim Maringá, em Campinas (SP). As agressões e ameaças foram gravadas pelo homem e enviadas à esposa, que estava em outra cidade, no domingo (27). O homem de 43 anos chegou a ser preso, mas teve a liberdade provisória concedida pela Justiça.
A mulher foi ouvida pela polícia no 11º Distrito Policial, após três dias de busca por ela. Segundo o delegado Sandro Jonasson, foram apresentados elementos que apontam o envolvimento dela no caso. Inclusive, ela também era procurada pela prática de roubo em Cosmópolis (SP).
A mulher relatou aos policiais que estava em Cosmópolis (SP) visitando outro filho. Então, durante a madrugada, ela começou a receber vídeos do marido agredindo e espancando os três filhos com chineladas, proferindo xingamentos e ameaçando matá-los com drogas nas bebidas deles (veja acima). Assim que ela viu o conteúdo pediu ajuda aos vizinhos e a Polícia Militar (PM) foi acionada. Apesar do relato, durante o depoimento, o delegado afirma que ela ela saiu em defesa do marido:
"Cabe consignar, que ela, quando das suas declarações, realizou uma defesa efusiva do seu companheiro. Ela afirmou de forma categórica que seu marido é uma pessoa equilibrada, que é um excelente pai, que não faz uso de bebida alcoólica nem de entorpecentes […]. O que eu acho com meu juízo médio, que não foi o que se viu nos vídeos.", explica o delegado Sandro Jonasson.
No dia do restante, após denúncias, os policiais militares foram até o local e foram recebidos pelo homem. Dentro da casa, os agentes dizem ter encontrado os três meninos de 9, 6 e 2 anos em um quarto, com fome e assustados. Questionada sobre as agressões, o pai negou ter agredido os filhos e resistiu à prisão. Segundo os policiais, ele apresentava sinais de embriaguez.
O Conselho Tutelar foi acionado e as crianças, que estavam famintas, foram alimentadas ainda na delegacia pelos policiais.
O homem foi preso por tortura e encaminhado à 2ª Delegacia Seccional de Polícia de Campinas (SP), onde o caso foi registrado. Nesta segunda-feira (28), o suspeito foi liberado em uma Audiência de Custódia, mediante o cumprimento de medidas cautelares. Entre as medidas está manter uma distância de 200 metros das crianças e familiares.