
A semana começou quente na região de Campinas (SP) e deve continuar assim, com risco de atingir temperaturas máximas recorde até quarta-feira (17). Quando se pensa neste calorão logo se pensa nos riscos à saúde: insolação, desidratação, problemas respiratórios e problemas de pele. Mas a psicóloga Roseli Filizatti alerta para um outro risco, pouco mencionado, que é o agravamento de casos de ansiedade.
O “corpo mole” em consequência do calor é só um dos indicativos que podem levar a casos de ansiedade, explica a coordenadora do Curso de Psicologia do Centro Universitário Unimetrocamp.
“No calor, o corpo sofre o fenômeno de estresse térmico, que causa o desconforto físico, o suor, o sono de baixa qualidade e leva a dias cada vez menos produtivos”, comenta a psicóloga. “As atividades cotidianas se tornam mais complexas e a pessoa fica insegura sem entender o real motivo. Os familiares, amigos e colegas percebem, mas também não entendem… É o cenário ideal para casos de ansiedade.”
Até existe um mecanismo do corpo para amenizar a situação: o Cortisol, hormônio que regula a ansiedade, porém, no calor, a eficiência fica comprometida. No calor de Campinas, então, tende a ser ainda pior. O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) divulgou que a cidade registrou em 2024 a maior média histórica em 134 anos (24,2°C) com a temperatura máxima, na média, em torno dos 30°C.
Não à toa, a Prefeitura de Campinas, no último ano, adotou a medida Operação Altas Temperaturas para disponibilizar 1,2 mil copos de água por semana às pessoas em situação de rua. 25% a mais do que era oferecido anteriormente pelo Serviço de Abordagem Social de Rua (SOS Rua). A hidratação, inclusive, é uma das formas de tentar evitar o estresse térmico e, por consequência, casos de ansiedade.
Segundo Roseli, é importante tomar bastante água para regular a temperatura do corpo; evitar a exposição desnecessária ao calor; ficar em ambientes climatizados; e conscientizar a população sobre a relação entre a onda de calor e os indicativos que podem levar a casos de ansiedade. Em casos mais graves, claro, orienta-se a busca por um profissional da Saúde. A atenção deve ser redobrada para pessoas com predisposição à ansiedade e outras patologias, como doenças crônicas, crianças e idosos.