Uma farmacêutica da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp comprovou, em uma pesquisa inédita, o potencial antioxidante, anti-hipertensivo e antidiabético de peptídeos bioativos (fragmentos de proteínas) obtidos do cogumelo shimeji.
A descoberta consta da tese da farmacêutica Daniela Cavenaghi, defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos da FEA. A pesquisa começou há quatro anos, a partir de uma curiosidade sobre as proteínas do cogumelo.
Cavenaghi obteve os peptídeos do shimeji por meio da hidrólise enzimática, um processo em que se utilizam enzimas para quebrar moléculas maiores em compostos menores. Nessas proteínas hidrolisadas (quebradas em partes menores), foram comprovados benefícios à saúde, inclusive prevenção de doenças crônicas, como câncer, que se mantiveram no teste que simula o processo de digestão. Esse método de hidrólise também é usado industrialmente para produção de outros suplementos, como whey e colágeno.
“A pesquisa demonstrou que as proteínas do cogumelos possuem atividades benéficas à saúde. Como atividade antioxidante, ajudando na eliminação dos radicais livres; atividade anti-hipertensiva, auxiliando no controle da pressão arterial e atividade antidiabética, reduzindo a absorção de açúcar”, afirma Cavenaghi.
A descoberta da pesquisadora é o primeiro passo para a possível elaboração de produtos terapêuticos, criados a partir de uma fonte natural, que podem ter efeitos adversos reduzidos em relação a fármacos sintéticos.
Entretanto, é importante ressaltar que esse macrofungo – rico em proteínas, fibras, vitaminas, minerais, antioxidantes e ácido fólico – não deve ser consumido para substituir tratamentos de doenças. A alimentação, alerta o professor Ruann de Castro, que orientou a pesquisa, é um aliado do tratamento adequado.
*Com informações do Jornal da Unicamp e da jornalista Cassiene Alves, da Band Mais