A Polícia Federal (PF) de Campinas (SP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) deflagraram, na manhã desta segunda-feira (24), a Operação Hammare contra uma organização criminosa voltada a roubos de cargas e caminhões, desmanche, receptação e lavagem de dinheiro, baseada no estado de São Paulo e com atuação em outros estados do país. Ao todo, foram expedidos 17 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão, nos estados de São Paulo, Paraná, Rondônia e Rio Grande do Sul. Também foi determinado o sequestro de bens e valores ligados à organização em um total de R$ 70 milhões.
Durante o cumprimento dos mandados, 17 pessoas foram presas, sendo que 16 foram detidas por mandado de prisão e um homem foi preso em flagrante, em Osasco (SP), por porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito. Uma mulher não foi encontrada durante o cumprimento dos mandados de prisão e permanece foragida.
A investigação, conduzida pelo grupo especializado em repressão a crimes de roubo de cargas e caminhões da Delegacia de Polícia Federal em Campinas e GAECO (Núcleo São Paulo), teve início em 2023, após um roubo de carga e caminhão ocorrido em junho de 2023, na cidade de Cajamar (SP).
Após diligências e investigações, foi identificada uma organização especializada nos crimes, cujos líderes passaram a esbanjar um estilo de vida de ostentação, com aquisição de Ferrari, Lamborghini, lanchas, jet sky e imóveis de alto padrão em condomínios de luxo, além da presença em camarotes vips de shows e eventos.
A investigação apurou que a organização criminosa se dividia em três grupos especializados: roubo, desmanche e receptação.
Por meio de empresas de peças e manutenção de veículos, a organização repassava as peças de caminhões e motores roubados, inclusive encomendado roubos especificando o tipo e modelo de veículo que desejavam.
Os roubadores e dois dos receptadores foram presos durante as Operações Aboiz, em 2023 e Cacaria, em 2024, deflagradas justamente para encerrar a atividade violenta e permanente de roubos da organização.
O material apreendido em ambas as operações anteriores, mais a análise de dados telemáticos, financeiros e bancários, permitiram a correta identificação dos investigados dos grupos de desmanche e receptação, assim como os papéis deles dentro da organização, inclusive os de líderes e financiadores, resultando na Operação de hoje.