A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/07) a Operação Operação Bulk, voltada à repressão ao crime organizado e ao tráfico internacional de drogas. São investigados envolvimentos de funcionários terceirizados que trabalham no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Há cumprimentos de mandados em Sorocaba, São Paulo, Guarulhos e Praia Grande. Também é cumprido um mandado em Portugal, determinado pelo Poder Judiciário, em virtude de difusão vermelha transmitida pela Interpol, após representação da Polícia Federal. Até o momento, 14 pessoas foram presas.
A organização criminosa, segundo a Polícia Federal, atuava cooptando funcionários e prestadores de serviços de aeródromo para que introduzissem carregamentos de cocaína no interior de aeronaves comerciais que realizavam voos regulares. Os voos partiam do Aeroporto Internacional de Guarulhos. São cumpridos 23 são mandados de prisão preventiva e 24 de busca e apreensão.
Para o êxito dessas ações criminosas, os grupos passaram a se organizar através de divisão de tarefas e responsabilidades, existindo uma coordenação hierárquica que atuava na parte externa do aeroporto e que seria responsável por adquirir e armazenar grandes quantidades de cocaína. Além de serem os proprietários da droga, toda a negociação em relação à quantidade, destino, especificação de voos e demais tratativas com os destinatários do entorpecente no exterior seria de responsabilidade exclusiva destes.
A investigação teve início em 2021 e, durante o período, foram apreendidos 887,5 kg de cocaína em nove eventos: três em Guarulhos/SP, dois em Lisboa/Portugal, um em Frankfurt/Alemanha e três em Amsterdã/Holanda.
Os investigados serão indiciados pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, cujas penas variam de 10 a 25 anos de reclusão. Foram determinados, ainda, o sequestro/arresto de todos os bens imóveis e de veículos, bem como de todos os valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras em nome dos investigados. Esses recursos chegam a aproximadamente R$ 53 milhões.
O nome da operação faz alusão a um dos compartimentos de carga de aeronaves comerciais de longo curso (bulk cargo), localizado no porão, próximo a parte traseira da aeronave.