A Região Metropolitana de Campinas (RMC) pode ser a primeira do Brasil a realizar um mapeamento genético em sua população. A proposta foi apresentada aos 20 prefeitos que integram o colegiado nesta terça-feira (29), em Campinas (SP), pela geneticista Lygia da Veiga Pereira, através do projeto “Gen-t do Brasil”.
A macrorregião de Campinas tem aproximadamente 3,5 milhões de pessoas. A ideia é criar um banco de dados genéticos e, desta forma, melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças que acometem a população metropolitana.
A proposta foi levada aos prefeitos após um primeiro encontro entre a geneticista e sua equipe, com o diretor-executivo da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), Benjamim Bill Vieira de Souza. O diretor ressalta sobre a importância da iniciativa:
A RMC sempre foi pioneira em grandes projetos e essa é mais uma grande oportunidade para a gente criar uma iniciativa no Brasil, incluindo a nossa população dentro da medicina de precisão. Esse banco de dados permitirá desenvolver novos parâmetros mais inclusivos para a medicina e, no final de tudo, desafogar o SUS.
O projeto vem sendo desenvolvido por uma startup criada pela geneticista e pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, que também é Ph.D e pesquisadora da USP, e desenvolveu a primeira linhagem de células-tronco no Brasil. “O projeto surgiu após duas observações: a primeira, de como o conhecimento do genoma de populações é importante para melhorar o manejo da saúde individual. Utilizando os dados de DNA de cada pessoa, suas pré-disposições a doenças e resposta a medicamentos, podemos acelerar o processo de inovação na área de farma e biotecnologia”, explicou Lygia.
A pesquisadora explica que a RMC foi a primeira região metropolitana a manifestar interesse pelo projeto. “Começamos o trabalho nos municípios com parcerias em clínicas particulares, dando início ao recrutamento de voluntários. E nos demos conta que para as prefeituras seria muito importante, porque a gente traz uma série de benefícios aos moradores, uma vez que recuperamos todo o histórico de atendimento dessa pessoa na área da saúde, fazemos um check-up gratuito para conhecer o estado de saúde atual e uma série de outros exames”, afirma Lygia.
Ainda segundo a pesquisadora, todas as informações vão abastecer uma grande plataforma de pesquisa, que poderá ser usada pela indústria para novas descobertas e inovações em novos medicamentos. “Na parceria com os municípios, nós levaremos esse trabalho de coleta para dentro das Unidades Básicas de Saúde, beneficiando pessoas que não podem pagar por uma clínica privada. Vinhedo já formalizou a parceria e lá deveremos iniciar a coleta na segunda semana de dezembro. E hoje apresentamos também aos demais prefeitos da RMC”, completou.
*Sob supervisão de Rose Guglielminetti.