A Vigilância Sanitária interditou um mercado no Centro de Campinas (SP), nesta quarta-feira (9), após constatar diversas irregularidades no local, incluindo a venda de produtos de origem duvidosa, alimentos vencidos, medicamentos expostos irregularmente e até materiais usados para procedimentos de ozonioterapia sem autorização legal. O proprietário foi preso por receptação e crime contra as relações de consumo.
A diligência foi conduzida por policiais civis, após denúncia anônima que dizia que o responsável pelo estabelecimento estaria comercializando produtos oriundos de crimes, como furtos e roubos.
No local, as policiais foram recebidas pelo proprietário e esposa dele, que autorizaram a entrada das autoridades. Foram encontradas fraldas, cosméticos e outros itens incomuns para o tipo de comércio, além de diversos produtos alimentícios com data de validade vencida. Muitos produtos eram vendidos de forma unitária, sem estarem acompanhados de outros itens da mesma marca, o que levantou suspeitas sobre a origem das mercadorias. Questionado, o dono afirmou ter recebido os produtos de moradores de rua e alegou desconhecer a procedência dos itens.
Além disso, foram localizados medicamentos armazenados em um armário aberto atrás do balcão. O proprietário disse que os medicamentos seriam para uso pessoal, mas a quantidade e variedade levantaram suspeitas de comercialização irregular.
A equipe também encontrou insumos e equipamentos usados para ozonioterapia, incluindo frascos, cápsulas, carimbo com o nome do comerciante e receituários. O dono do mercado disse que chegou a usar tais métodos para tratar moradores de rua, mas sem possuir formação em saúde ou registro profissional.
Outro ponto grave foi a identificação de cigarros de origem paraguaia à venda, sem documentação que comprovasse a legalidade da aquisição.
Diante das irregularidades, a Polícia Civil solicitou perícia no local e acionou a Vigilância Sanitária que, em nota, informou que “a interdição foi feita porque o local estava com más condições de higiene, irregularidades no armazenamento e distribuição de alimentos, presença excessiva de inservíveis e estrutura precária”.
Os produtos identificados como oriundos de crime foram apreendidos. Já os alimentos vencidos foram deixados sob responsabilidade da Vigilância Sanitária.
O proprietário foi preso por receptação e crime contra as relações de consumo. A Polícia Civil segue investigando o caso para apurar possíveis crimes como receptação, venda de medicamentos sem autorização e infrações sanitárias.