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PF deflagra ação para reprimir contrabando bilionário de grãos

Organização criminosa movimentou R$ 3,5 bilhões com o contrabando de soja, milho e agrotóxicos

Por Hiltonei Fernando

Organização criminosa movimentou R$ 3,5 bilhões
Organização criminosa movimentou R$ 3,5 bilhões
foto: Polícia Federal

A cidade de Itaí (SP), na região centro-oeste paulista, está entre os municípios na mira da Polícia Federal (PF), que deflagrou nesta terça-feira (5), as Operações Dangerous e Paschoal, para desarticular uma organização criminosa responsável por esquema bilionário de contrabando de grãos, especialmente, soja e milho. A polícia investiga também a entrada de agrotóxicos no Brasil trazidos da Argentina através de portos clandestinos localizados às margens do Rio Uruguai.

A ação mobiliza 200 policiais federais para o cumprimento de 59 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão nas cidades de Palmeira das Missões-RS, Rodeio Bonito-RS, Cerro Grande-RS, Três Passos-RS, Tiradentes do Sul-RS, Horizontina-RS, Crissiumal-RS, Santo Ângelo-RS, Condor-RS, Tuparendi-RS, Santana do Livramento-RS, Itapema-SC, Itaí-SP, Palmas-TO e São Luis-MA. 

Também são executadas medidas de bloqueio de contas bancárias vinculadas a pessoas físicas e jurídicas, num total de aproximadamente R$ 58 milhões, sequestro e arresto de automóveis, imóveis de luxo e de uma aeronave com valor estimado em R$ 3,6 milhões.

As investigações iniciaram em 2022 e apuraram que a organização criminosa é formada por três núcleos que atuam de forma coordenada entre os detentores dos portos clandestinos, os beneficiários e revendedores das mercadorias contrabandeadas e os operadores financeiros. Através de doleiros, o grupo realizava diversas operações cambiais à margem do sistema legal para promoção de evasão de divisas com a finalidade de pagar fornecedores da mercadoria no exterior, sendo que duas das empresas utilizadas com esse propósito adquiriram criptoativos na ordem de 1,2 bilhões de reais.

Toda a operação criminosa é amparada pela utilização de documentação fraudada, como notas de produtores rurais lançadas para justificar o grande volume de grãos contrabandeados comercializados ou emitidas por empresas de fachada.

O volume de mercadorias internalizadas, aliada aos valores empregados para evasão de divisas e lavagem de capitais permitiram à organização criminosa movimentar cifra superior a R$ 3,5 bilhões de reais nos últimos cinco anos.

Durante o período de investigação, foram apreendidas 171 toneladas de soja, farelo de soja e milho, presas 11 pessoas em flagrante e apreendidos caminhões, automóveis, vinhos e agrotóxicos. A ação conta ainda com o apoio da Brigada Militar, da Receita Federal do Brasil, Receita Estadual do Rio Grande do Sul e da PRF. 

Informação: Polícia Federal

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