Com a chegada do outono, a incidência de chuvas diminui, o mato e o solo ficam secos e aumenta a ocorrência de incêndios em áreas de vegetação. Além de causar prejuízos ambientais e para a saúde pública, as queimadas são classificadas como crime ambiental passível de multa quando provocadas intencionalmente.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Bauru-SP, Marcelo Ryal, logo após esta frente fria essa biomassa seca, sobretudo as gramíneas, são o principal material combustível e pode pegar fogo a partir do atrito com ela mesma ou com a pelagem de alguns animais. Somente neste mês foram registradas queimadas no último sábado (13), na região norte, proximidades do Núcleo Gasparini, e nesta quarta-feira (17) na região sudeste, no Jardim Niceia.
Ambas as queimadas surgiram de fogo ateado em mata e capim seco. A Defesa Civil pede à população que evite a prática de pequenos incêndios, porque eles podem se alastrar e, dificultando o controle e podendo causar incêndios de grandes proporções, ameaçando inclusive a vida de pessoas, animais e a estrutura de imóveis.
Segundo Luiz Carlos de Almeida Neto, engenheiro agrônomo e diretor do Jardim Botânico de Bauru, "a cultura das queimadas vem dos nossos antepassados, que a utilizavam no preparo do solo para o plantio". Ele explica que sem a desconstrução dessa ideia, as pessoas continuam até hoje a "varrer as folhas na calçada em frente às suas casas e colocar fogo, além de fazer o mesmo nos terrenos dos seus vizinhos".
O diretor do Botânico lembra que, nas regiões rurais, essa cultura permanece e é manifestada de maneira mais grave. "A pessoas acabam colocando fogo nas margens das rodovias, o que acarreta em incêndios de grandes proporções que, além de atrapalhar a visão dos motoristas, podem atingir matas e florestas", enfatiza o engenheiro agrônomo. Entre os impactos no meio ambiente, as queimadas causam degradação do solo e poluição do ar. Na saúde humana, provocam principalmente doenças respiratórias, o que promove o aumento do fluxo de atendimentos em unidades de saúde.
Para coibir as ações criminosas, a Secretaria do Meio Ambiente (Semma) autua proprietários de terrenos e residências com casos de queimadas. Neste ano, foram 13 autuações. A Secretaria lembra, ainda, que até a queima de folhas provenientes da varrição de calçadas ou da limpeza de jardins também é considerada crime ambiental e passível de multa de R$ 1,5 mil. A autuação, em um primeiro caso, é feita com uma advertência e, em situações de reincidência, é aplicada a multa que pode chegar a R$ 27 mil.
As denúncias de queimadas podem ser feitas pelo e-mail meioambiente@bauru.sp.gov.br e pelo telefone da Semma, (14) 3234-6849 e 3223-3928. No ato da denúncia, devem ser informados o nome do bairro, da rua, o número da quadra e do terreno ou residência. Caso o local não possua numeração, é preciso indicar um número de referência para identificação do local, como por exemplo, o número de uma casa ao lado ou em frente.
Informação: Secom Bauru