A redução do tempo médio de permanência dos pacientes no Serviço de Urgência e Emergência foi apontada por um diagnóstico elaborado pela equipe do Hospital Sírio Libanês, como prioridade para que a Santa Casa de Araçatuba resolva a superlotação de sua unidade de pronto-socorro. O diagnóstico foi apresentado na quarta-feira (19) ao corpo diretivo, médicos e equipe técnica do hospital durante evento que oficializou a implantação da segunda etapa do Lean nas Emergências.
O Lean é um projeto do Ministério da Saúde desenvolvido por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi/SUS) e executado em parceria com hospitais privados de excelência, dentre os quais o Sírio-Libanês que está assessorando a Santa Casa de Araçatuba.
O hospital é uma das 39 instituições filantrópicas do país que estão participando do 8º ciclo do Lean nas Emergências. O projeto tem por objetivo destravar gargalos que emperram atendimentos, causam superlotação e prolongam mais do que o necessário a permanência de pacientes não graves nos prontos-socorros, fator que compromete leitos de pacientes graves que necessitam de atendimentos de urgência e emergência.
“A gente nota que o hospital (a Santa Casa de Araçatuba) tem capacidade estrutural adequada, mas precisa melhorar a capacidade operacional, ou seja dos processos internos”, afirmou Gutemberg Lavoisier, médico do Sirio-Libanês e integrante da equipe que faz a gestão do Projeto Lean na Santa Casa de Araçatuba. O engenheiro Paulo César Miranda Molina, também participa desta segunda etapa.
O diagnóstico foi elaborado com base nas informações apuradas por técnicos do Sírio-Libânes que estiveram na Santa Casa no mês de maio para implantar o projeto e nas estatísticas fornecidas pela equipe técnica que a instituição constituiu para ser capacitada à implementação das estratégias que o Lean fornecerá, bem como acompanhar os ajustes de processos internos necessários à melhoria do giro de leitos do pronto-socorro.
As demandas de urgência e emergência representam aproximadamente 90% das internações de pacientes do SUS realizadas pelo hospital. No ano passado foram realizados 20.658 atendimentos. Com média mensal de 1,8 atendimentos, o Serviço de Urgência e Emergência registra superlotação diariamente.
O levantamento encontrou gargalos importantes, na demora de laudos e exames e no atendimento de especialidades que estão emperrando o fluxo dos atendimentos. “Temos alguns tempos operacionais altos que impactam todo o hospital e fazem com que o paciente fique esperando até por dias de forma desnecessária. Vamos trabalhar para reduzi-los”, afirmou Lavoisier.
O médico explicou que processos operacionais como os indicados pelo diagnóstico, estão aumentando o tempo do paciente na Urgência e Emergência. Precisamos dar alta para quem não precisa estar aqui, para conseguir dar acesso a quem precisa estar aqui”, exemplificou o médico consultor do Sirio-Libanês.
O administrador da Santa Casa de Araçatuba, Luiz Otávio Barbosa Vianna reconheceu a existência desses gargalos “ e vamos usar as técnicas do Lean para resolvê-los”. Vianna explicou que de maneira geral o projeto será excelente para o hospital. “Estamos com uma equipe engajada e isso já é um bom começo”, afirmou.
O provedor da instituição também está otimista em relação aos impactos positivos que o Lean proporcionará à assistência dos pacientes. “Nós acreditamos muito neste projeto. Temos de abraçar essa oportunidade, aproveitar ao máximo para que todos os profissionais possam fazer com que as necessidades dos pacientes sejam atendidas”.
Informação: Roselana Tolentino/Santa Casa de Araçatuba