Continuando a viagem pela Região Nordeste, a Comissão Organizadora do 60º Festival Nacional do Folclore de Olímpia-SP apresenta mais dois estados confirmados na edição especial de 2024, que será realizada de 3 a 11 de agosto. Agora foi a vez de anunciar os representantes de Sergipe e Maranhão, que trazem para o FEFOL quatro grupos tradicionais, já conhecidos e queridos pelo público.
De Sergipe, não poderia faltar o grande homenageado da edição de 2023, o Grupo Folclórico Parafusos, de Lagarto – SE, que mais uma vez abrilhantará a festa com sua cultura e alegria. Reconhecido como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial de Sergipe, o grupo tem mais de 125 anos de história e é o único do gênero existente no Brasil. Fundado por Padre José Saraiva Salomão, os Parafusos representam a tradição da época dos engenhos, em que os escravos furtavam as anáguas das sinhazinhas bordadas com rendas francesas e, utilizando-as cobrindo até o pescoço, fugiam à noite em busca de produtos e alimentos.
Assim vestidos saíam pelas estradas, dando pulos e fazendo assombração. Com a abolição, a mística acabou, mas ficou a brincadeira, história real dos escravos, retratada pelo grupo folclórico que hoje sai para divertir o público.
Também de Lagarto, virão as conhecidas Lavadeiras, contando a tradição das lavadeiras de roupas nas beiras dos rios e riachos próximos, com bacias, trouxas e gamela na cabeça. Enquanto lavavam as roupas, a cantoria seguia e as crianças brincavam e se banhavam nas águas. As roupas eram estendidas nos capins para alvejar. Depois de enxaguar, eram colocadas em cercas de arame para secar. Enquanto isso, a música continuava transmitindo alegria, apesar da vida difícil que elas levavam.
Fechando o estado sergipano, o esperado Batalhão de Bacamarteiros, de Carmópolis, que é um dos grupos mais tradicionais do festival, marcará presença também nesta edição especial. A origem da tradição é datada de 1780, quando os negros dos engenhos de cana-de-açúcar, do Vale do Cotinguiba, brincavam de roda e atiravam com uma arma artesanal conhecida como Bacamarte. Assim, desde então, o grupo, formado por homens, mulheres e crianças, exibe a riqueza da cultura africana disseminada por aquela região, que é uma marca inconfundível da cultura de Carmópolis.
Se apresenta nas festas juninas, embelezando o município com a alegria das roupas, com o barulho dos tiros do ritual do Pisa Pólvora e a graciosidade da dança e dos repentes. Para fabricar a pólvora, é utilizado o carvão produzido a partir da umbaúba, cachaça e enxofre. Os instrumentos musicais são fabricados com a madeira do jenipapo, couro de animais e sementes, com o ritmo que contagia todos que assistem.
Já do Maranhão, a Capital Nacional do Folclore recebe o Grupo de Bumba Meu Boi “Brilho da Luz”, da cidade de Santa Luzia – MA, que também já participou de outras edições do FEFOL. O grupo traz a representativa histórica do “bumba meu boi” para abrilhantar o festival, com suas cores e ritmos, tornando o folclore maranhense mais acessível à população. O bumba meu boi é a maior expressão cultural típica do estado, que está associada à lenda que envolve o milagre da ressurreição do catolicismo, além de englobar elementos indígenas e africanos.
O FEFOL receberá ainda representantes de outros estados da Região Nordeste, que serão divulgados em breve. O Festival do Folclore de Olímpia é uma realização da prefeitura, por meio da secretaria de Turismo e Cultura, com apoio de projetos de incentivo cultural e parceiros. Com nove dias de programação variada, a festa é aberta a toda população e visitantes com entrada gratuita.
Informação: Secom Olímpia