Mais um capítulo da interminável novela do Banhado

Prefeitura retoma a carga para tirar as famílias, com proposta já rejeitada há um ano e meio pelos moradores

Revestrés - com Cláudio Nicolini

São mais de 30 anos de experiência no rádio e na TV. O apresentador do Band Cidade primeira edição ancora os debates eleitorais das principais cidades da região na tela da TV Band Vale desde o ano 2000. Também apresenta o Jornal Primeira Hora Regional na Bandvale FM. Aqui trará crônicas sobre o cotidiano e a política das cidades, além de analisar as ações dos governantes da Região Metropolitana.

Região do Banhado em São José dos Campos
Região do Banhado em São José dos Campos
Claudio Capucho/PMSJC

Com uma nova decisão do Tribunal de Justiça (da última segunda-feira, 19/12) que determina a saída dos moradores que resistem na área do banhado, a prefeitura chama a imprensa. Na coletiva, apresenta a mesma proposta de Novembro do ano passado, esperando que as 297 famílias deixem o local.

Desde 2002, quando o então deputado estadual Carlinhos Almeida aprovou a criação da área de proteção ambiental estadual do banhado, se discute a retirada de famílias que residem no local. Algumas famílias há muitas décadas.

A prefeitura nunca conseguiu resolver esse impasse, e não acredito que com a proposta que já não funcionou ano passado vá resolver agora. A reunião anunciada na própria coletiva para a noite de ontem já não aconteceu pois ninguém do banhado apareceu.

O que a prefeitura tem que entender é que as famílias não querem sair. E aí ter sensibilidade para entender porquê eles querem ficar num lugar insalubre, mas na região central. Reconhecer a ação do tráfico de drogas sobre algumas famílias e a pressão exercida por grupos criminosos do local. Reconheço que é minoria, mas o crime organizado tem com força e presença na área congelada e que não podem ser ignorados.

Enquanto a ação não juntar Ação Social, Forças de segurança, Homens de Toga e um local decente para levar essas famílias, o caso vai se arrastar pelos tribunais, a área vai continuar invadida, e droga continuará a ser vendida no local. Poucos ganham dinheiro, famílias de bem são obrigadas a ficar em área insalubre e a prefeitura lança projetos ao vento, que não resolvem nada. E assim, todos perdem.