Com experiência clínica que alcança 32 anos, Dr. Otavio Luis Fonseca, diretor clínico da Clínica Ortovip, referência em todo o vale do Paraíba, possui titulação em quatro especialidades na odontologia: Ortodontia, Ortopedia Funcional dos Maxilares, Radiologia (imagiologia) e Implantodontia. No blog “A saúde começa pela boca”, pretende trazer informações relevantes sobre a saúde bucal e sua importância na saúde sistêmica, além de temas como prevenção e reabilitação da saúde bucal.
No Brasil, a odontologia é exercida separadamente da medicina. Este grave equívoco se estende desde os primórdios da odontologia no país. É como se a boca não fizesse parte do corpo! Então problemas de saúde bucal não interferem na saúde sistêmica, ou seja, no corpo como um todo?
Acreditem problemas de saúde bucal trazem consequências na saúde sistêmica, e o inverso também é verdadeiro. Com esta visão começamos a coluna A SAÚDE COMEÇA PELA BOCA.
AS RESTAURAÇÕES EM AMÁLGAMA DE PRATA FAZEM MAL A SAÚDE? O QUE É RESTAURAÇÃO DE AMÁLGAMA DE PRATA?
As restaurações em amálgama de prata são aquelas restaurações de cor prateada, acinzentada, escuras, utilizadas para restaurar os dentes posteriores (os dentes dos fundos). É uma restauração que tem em sua composição metais: limalha de prata, cobre, estanho, entre outros metais e o mercúrio.
Na Odontologia as restaurações feitas com amálgama são realizadas há quase dois séculos, são populares devido as suas características físicas e mecânicas enquanto material restaurador e ao baixo custo. O problema está na estética e na ALTA TOXICIDADE do mercúrio em sua forma metálica. O mercúrio é um metal tóxico, tanto para os seres vivos quanto para a natureza.
Quando recorremos a literatura médica-odontológica alguns autores defendem que mesmo com o aumento das concentrações de amálgama, não seria um fator de risco para a saúde do ser humano. Porém, essa afirmação é contraditória e vou apresentar argumentos que nos fazem acreditar que restaurações contendo MERCÚRIO fazem mal a saúde humana.
A toxicidade do MERCÚRIO para o SER HUMANO varia de acordo com a dose e tempo de exposição. Quando somos submetidos a exposição ao MERCÚRIO os órgãos mais afetados são o sistema nervoso e renal, mas também pode afetar os sistemas imunológico, respiratório, cardiovascular, gastrointestinal, hematológico e reprodutivo.
Robert L. Siblerud publicou em 1 992 um estudo realizado nos E.U.A., comparando a saúde mental de pacientes com esclerose múltipla com restaurações em amálgama com pacientes que haviam removido e observou mais sintomas de depressão, hostilidade, e eram mais obsessiva-compulsivos os pacientes que não haviam removido as restaurações em amálgama.
Este mesmo autor publica em 1 994 um novo estudo envolvendo mulheres comparando um grupo de pacientes com restaurações em amálgama com um grupo sem restaurações em amálgama e relatou que encontrou no grupo de pacientes com restaurações em amálgama mais sintomas de fadiga e insônia, e mostraram médias mais altas em expressar a raiva sem provocação que o grupo de pacientes sem restaurações em amálgama.
O estudo sugere que o amálgama de mercúrio pode ser um fator etiológico na depressão, raiva excessiva e ansiedade, porque o mercúrio pode produzir esses sintomas, talvez por afetar os neurotransmissores no cérebro, palavras do autor.
Um estudo conduzido por Yi-Hua Sun e colaboradores, realizado com a população de Taiwan, uma ilha nos tempos atuais anexada ao país da China, utilizando dados do Longitudinal Health Insurrande Databasa (LHID 2005 a 2010) com 207.587 inscritos com idade superior a 65 anos, concluiu que pessoas expostas as restaurações em amálgama tinham mais probabilidade de ter a doença de Alzheimer do que pessoas que não foram expostas.
Trazendo a discussão para os tempos da modernidade, Gh. Mortazavi e colaboradores, publicaram em 2 016 um artigo que em tese o aumento da taxa de autismo nos E.U.A. seria devido ao crescimento da exposição humana a campos eletromagnéticos (EMF), gerados por dispositivos elétricos e/ou eletrônicos, podemos citar redes: Wi-Fi, telefones celulares, telefones sem fio, laptops, fornos de microondas, linhas de energia, etc. A exposição de pessoas com restaurações em amálgama a esta fonte de energia aumentaria a liberação de vapor mercúrio das restaurações em amálgama.
Você que está lendo esta coluna e tem restaurações em amálgama, pode estar pensando, o que fazer, remover as restaurações em amálgama???
Em um estudo experimental, realizado por Dr. Per Nerdum e equipe, um grupo de 76 pacientes que removeram as restaurações em amálgama com sintomas mentais e físicos, foram acompanhados por 07 anos. Neste estudo foi observado a melhora dos sintomas quando comparados a um grupo controle de 146 pacientes que não removeram as restaurações em amálgama.
Minha orientação é que pacientes com restaurações em amálgama devem remover estas restaurações com a troca por materiais menos tóxicos, converse com seu cirurgião dentista e tire suas dúvidas.