A dor da saudade: 40 anos sem Mazzaropi, um icônico do cinema brasileiro

Memória do artista é celebrada através de legados

Por Caroline Corrêa

Amacio Mazzaropi foi responsável por eternizar Jeca Tatu, um personagem de Monteiro Lobato Arquivo/Pedro Barreto
Amacio Mazzaropi foi responsável por eternizar Jeca Tatu, um personagem de Monteiro Lobato
Arquivo/Pedro Barreto

O último domingo, 13, marcou os 40 anos da morte do ator e cineasta, Amácio Mazzaropi, que morreu aos 69 anos no Hospital Albert Einstein, na capital paulista. 

Um gênio responsável por levar os costumes e a cultura do Vale do Paraíba para os cinemas, continua vivo na memória do público brasileiro. Com bom humor, o caipira foi retratado nas telonas e ganhou status de estrela.

Pedro Barreto, de 25 anos, é um admirador da arte de Mazarropi. Ele encontrou uma forma de continuar o legado do ídolo através do Caipira Mazaropinho, personagem que ele dá vida há mais de dez anos. “Aos sete anos comprei um DVD do Mazzaropi, era Portugal e minha saudade. Ai com 12 anos de idade, eu resolvi colocar uma camisa xadrez, um chapéu de palha e, com carinho e respeito, criei o personagem”, conta o ator. 

Em um canal no youtube, Barreto recria as histórias dos filmes do Jeca Tatu, o cenário são os mesmos cartões postais de Taubaté, onde as cenas originais foram gravadas entre os anos de 1940 a 1970. 

O Museu Mazzaropi conta um pouco mais da história do cineasta através de cartazes, fotografias, documentos e equipamentos usados na produção dos longas metragens. O local onde hoje fica o hotel que leva o nome do artista, antes era a cidade cenográfica. “ A gente oferece uma experiência para que vem visitar o espaço, para as pessoas mais velhas matarem a saudade do Mazzaropi, do Jeca e do estilo de vida, e para os mais novos conhecerem como era feito o cinema”, explica Seiti Alencar, assessor do museu. 

Foram 32 filmes e mais de 25 anos de entrega à arte. Uma dedicação que alavancou a produção cinematográfica no brasil, mas o legado do Jeca vai muito além das salas de cinema. Ele mostrou para todo mundo o estilo de um novo caipira, que vive até hoje. “O Mazzaropi interpretava um caipira mais matuto, um caipira que não se deixa enganar pelo homem da cidade”, diz Alencar. 

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