Os trabalhadores da MWL de Caçapava decidiram na manhã desta segunda-feira (20), manter a greve até o dia 6 de julho, quando está previsto o julgamento da ação movida pelo Sindicato no Tribunal Regional do Trabalho.
Em assembleia, os trabalhadores da MWL foram informados oficialmente pela direção do Sindicato sobre a decisão judicial que suspendeu as cerca de 60 demissões realizadas ilegalmente pela empresa.
O acampamento na portaria da fábrica também será mantido. Com a decisão, a greve na MWL completa 46 dias nesta segunda.
Os cortes foram realizados no dia 6 de junho, exatamente um mês após o início da greve contra os atrasos. A direção da fábrica alegou um inexistente “abandono de emprego”.
“Registro que é incontroverso o dano dos trabalhadores, que, ao exercer o direto de greve pelo atraso no pagamento dos salários, que se trata da remuneração responsável por sua subsistência e de sua família, tem a situação agravada com a dispensa por abandono de emprego, ou seja, a máxima penalidade aplicada ao contrato, com a maior restrição dos direitos trabalhistas”, diz trecho da sentença.
A MWL foi procurada pelo Jornalismo da Band mas até o momento não respondeu.
Histórico
A greve na MWL, em Caçapava, começou no dia 6 de maio, após a empresa atrasar os salários de abril.
O sindicato organizou diversas mobilizações para defender os direitos dos metalúrgicos diante do descaso da fábrica, administrada por empresários chineses.
Com a decisão do TRT de suspender as demissões, os trabalhadores esperam que a MWL reveja sua postura.
“Após essa vitória na Justiça, a greve na MWL continua ainda mais forte pela regularização dos salários. Queremos garantia de que a empresa vai passar a honrar todos os seus compromissos. Ela deve isso aos trabalhadores, ao Sindicato e à cidade”, afirma o presidente em exercício do Sindicato, Valmir Mariano.