Jogamos o Beta de Diablo 2: Resurrected

Jogo da Blizzard será lançado em 20 de setembro, veja nossa primeira impressão sobre esse remaster

Eddy Venino - Equipe BANDx

Jogamos o Beta de Diablo 2: Resurrected Blizzard/Divulgação
Jogamos o Beta de Diablo 2: Resurrected
Blizzard/Divulgação

A nostalgia se vale do nosso apego emocional a coisas do passado. Isso pode nos manter a salvo de certas lembranças ruins, as filtrando e deixando somente os momentos bons. E isso tem se aplicado demais a produtos da cultura pop. Principalmente os games.

Então, quando é anunciado que um jogo que me marcou tanto quanto Diablo 2 vai retornar, a bendita nostalgia vem a galope.

Mas, na outra ponta, está a renovação. Afinal, o jogo foi lançado originalmente há mais de 20 anos. Logo, presumimos que alterações em toda a estrutura do jogo podem acontecer. E isso pode nos deixar apreensivos.

“Será que ainda vou curtir esse jogo do modo que era? Eles vão mexer demais nele que ficará irreconhecível?"

Bem, ao testar a Beta de Diablo 2: Resurrected as minhas preocupações quanto ao potencial deste remaster foram apaziguadas. E acredito que boa parte daqueles que puderam testar esse beta e esperavam ver o clássico retratado com fidelidade, tiveram uma percepção parecida.

Meus textos sempre focam em dois fatores essenciais para mim em relação a jogos: experiência do jogador e possíveis desdobramentos sociais do jogo. O primeiro fator parte da minha perspectiva em relação ao jogo; o segundo, do impacto e temas discutidos pelo jogo e como isso conversa com nossa sociedade.

É importante pontuar esses dois fatores porque Diablo 2: Resurrected é um jogo que traz uma carga emocional grande pra mim, pela experiência como jogo em si e como foi difícil o acesso a ele para mim na época de seu lançamento original. 

O Diablo 2 original foi um dos primeiros games que joguei no PC, ao lado de Age of Empires e Age of Mythology, na casa de um amigo, porque eu só fui ter meu primeiro computador após a maioridade. Então, jogar na casa de amigos e lan houses, ocasionalmente, foi o modo que encontrei de me aproximar do PC. E Diablo sempre foi a franquia que saltava aos olhos quando falávamos de PC, na época. Ao lado de Doom, CS e World of Warcraft (também da Blizzard), Diablo mexia demais com o imaginário dos jogadores. Me encantava, particularmente, o foco numa fantasia sombria, centrada na luta entre anjos e demônios. Bem mais trevoso do que WoW.

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De lá pra cá, Diablo continuou crescendo. Teve suas dificuldades em Diablo 3, mas se recuperou e agora está próximo do lançamento de Diablo 4 e Diablo Immortal (para mobile). Com a adição de um remaster de Diablo 2 a esse catálogo, neste momento, teremos muitas muitas opções para adentrar os portões do inferno e destruir os monstros que lá habitam.

Diablo 2: Resurrected é fiel ao clássico! Até demais…

Uma das opções legais deste remaster é que ao apertar apenas um botão, você pode mudar entre a versão clássica e a remasterizada. Com isso, você pode ver a diferença gritante entre a tecnologia da época e de agora. E, embora isso possa parecer algo ruim para a versão antiga, a nostalgia não nos deixa desapegar de certos aspectos positivos daquele jogo de 20 anos atrás. Acabei jogando parte da beta na versão antiga e me lembrando do quão divertido e único foi experimentar Diablo 2 na minha juventude.

As músicas, a história, as masmorras e a coleta de itens quase intocadas. Tudo idêntico ao original, mas repaginado para a nova geração de videogames. E agora com uma dublagem em português brasileiro maravilhosa.

Mas tudo isso pode incomodar aqueles que esperavam novidades além da atualização gráfica e de áudio (que estão incríveis, diga-se de passagem). O que temos aqui é uma saudosa visita ao passado e talvez uma descoberta para quem não teve a oportunidade de jogar o game na época. Eu mesmo não joguei a expansão Lords of Destruction quando lançada e agora ela já está inserida nesta nova versão. Imagino que muitos outros jogadores, fãs do gênero, também não tiveram acesso ao jogo na época, afinal, quase ninguém da minha classe social tinha um PC no início dos anos 2000. Talvez agora seja a oportunidade de visitar esse icônico jogo e conhecê-lo em sua melhor forma. Mas, como disse, essencialmente é o mesmo jogo e talvez alguns jogadores queiram esperar o lançamento de Diablo 4. Mas, acredito que mesmo que você tenha jogado muito o game na época, essa remasterização merece uma visita sua. Afinal, se é fã de Diablo, não vai querer deixar essa oportunidade passar.

Essas são apenas minhas impressões iniciais sobre Diablo 2: Resurrected. A jogabilidade continua intuitiva e simples. Nada substancial foi alterado, apenas algumas otimizações. O velho e bom clica, bate, solta magia, anda, coleta loot, lota o espaço de armazenamento, usa pergaminho de portal, volta e pega o que deixou para trás, usa pergaminho para identificar item, vende o que não presta, upa o personagem e repete o processo. Tá tudo ali e agora poderemos experimentar isso em diversas plataformas.

Espero poder jogar a versão completa e trazer a vocês um texto completo sobre o jogo. Recebi uma cópia de acesso ao beta através da Blizzard para avaliação.

Antes de encerrar, quero pontuar que atualmente a Blizzard/Activision passa por um período conturbado. Seus funcionários levantaram questões importantes quanto a abusos trabalhistas e até de cunho sexual. Existe uma ação coletiva destes funcionários contra a empresa, que como muitas do segmento tem mantido uma filosofia tóxica e que gera um ambiente, no mínimo, inseguro para seus trabalhadores.

Muito tem se falado em boicote em relação aos jogos da empresa, para apoiar esses desenvolvedores. Mas, apesar da postura da empresa, os próprios funcionários tem dito para que isso não seja feito. Em um vídeo do seu canal, Alanah Pearce, ex-IGN e atual roteirista no Santa Monica Studio, fala sobre o pedido dos desenvolvedores para que o boicote não ocorra, porque isso pode prejudicá-los. Os protestos dos fãs em redes sociais e toda a indignação quanto ao ocorrido é válida e deve acontecer para que casos assim parem de acontecer. Então analisem o caso, de voz a quem está sofrendo com a situação e apoie os desenvolvedores e seu trabalho neste e em outros jogos.

Diablo 2: Resurrected será lançado em 20 de setembro para PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

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