A cirurgia de coluna sempre despertou receios em pacientes, muitas vezes associada a longos períodos de recuperação e altos riscos. Mas a medicina evoluiu, e com ela surgiram técnicas mais seguras e eficazes. Entre elas, a cirurgia endoscópica da coluna vem revolucionando o tratamento de hérnia de disco e outras condições, oferecendo uma abordagem menos invasiva e com recuperação rápida.
Quem explica melhor essa inovação é o neurocirurgião Dr. George Tavares, referência no Brasil nesse tipo de procedimento. À frente do Instituto George Tavares, no Rio de Janeiro, ele combina tecnologia de ponta, experiência internacional e um olhar humanizado, trazendo aos pacientes tratamentos mais seguros e eficazes.
A trajetória de Dr. George começou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se formou em Medicina e descobriu sua vocação para a neurocirurgia. Durante a residência no Hospital Federal da Lagoa, aprofundou seus estudos em cirurgias minimamente invasivas, área que despertou seu interesse por permitir tratamentos mais eficazes e menos agressivos. Buscando aperfeiçoamento, realizou treinamentos internacionais nos Estados Unidos e participou de congressos ao redor do mundo para trazer as técnicas mais modernas ao Brasil.
"Ainda existe um grande medo sobre a cirurgia de coluna, mas isso precisa mudar. Com a endoscopia da coluna, conseguimos oferecer um procedimento minimamente invasivo, que preserva os tecidos, reduz riscos e permite ao paciente voltar à rotina muito mais rápido", destaca o especialista.
Nesta entrevista, Dr. George Tavares responde às principais dúvidas e explica por que a cirurgia endoscópica está transformando a vida de milhares de pessoas.
Cirurgia endoscópica da coluna: o que é e para quem é indicada?
Nos últimos anos, a cirurgia endoscópica da coluna tem ganhado espaço como uma alternativa menos invasiva para o tratamento de diversas condições. De acordo com Dr. George, a técnica tem se expandido e hoje já é aplicada a uma variedade de casos. "A mais comum ainda é a hérnia de disco lombar, onde realizamos a discectomia endoscópica para a retirada do fragmento de hérnia de disco", explica.
Diferença entre a cirurgia tradicional e a endoscópica
Enquanto a abordagem tradicional exige incisões maiores e um tempo de recuperação prolongado, a cirurgia endoscópica oferece um pós-operatório mais rápido e seguro. "Com a cirurgia endoscópica, a gente faz a cirurgia através de uma incisão de um centímetro. A recuperação do paciente acaba sendo muito mais rápida, com alta hospitalar em menos de 24 horas", detalha Tavares.
Outro ponto fundamental é a redução dos riscos operatórios. "O sangramento é muito menor, o que coloca o paciente em bem menos risco. É uma cirurgia mais segura e, principalmente, com um pós-operatório muito mais rápido", reforça.
Quais são os riscos e complicações da cirurgia?
Mesmo sendo um procedimento menos invasivo, a cirurgia endoscópica da coluna ainda apresenta riscos, assim como qualquer intervenção cirúrgica. No entanto, segundo Tavares, as taxas de complicação são extremamente baixas. "Os riscos acabam sendo até muito parecidos com os da cirurgia tradicional, mas com uma taxa de eficácia muito alta. Portanto, é uma cirurgia que vem revolucionando a cirurgia de coluna", afirma.
Atualmente, mais de 90% dos procedimentos realizados por ele são endoscópicos. "Faço mais de 15 cirurgias endoscópicas por mês e os resultados são fantásticos", destaca.
Como funciona a reabilitação pós-operatória?
O grande diferencial da cirurgia endoscópica está na recuperação do paciente. O neurocirurgião explica que o procedimento eliminou aquela antiga ideia de que a recuperação de uma cirurgia na coluna exige repouso prolongado. "Aquela ideia de que o paciente tem que ficar deitado por muito tempo não acontece mais. Hoje em dia, conseguimos fazer com que o paciente receba alta em menos de 24 horas, já andando e retomando suas atividades normalmente", explica.
Casos em que a cirurgia endoscópica não é recomendada
Apesar dos benefícios, existem situações em que a cirurgia endoscópica ainda não é a melhor opção. "Quando há instabilidade na coluna vertebral, como em casos de artrose severa que exigem a fixação com parafusos, pode ser necessário recorrer a outras abordagens", explica.
Contudo, a tecnologia na área segue avançando. "Já existem alternativas sendo desenvolvidas para permitir a colocação dessa instrumentação por via endoscópica, e eu estou trazendo essas inovações para o Brasil", destaca.
O Brasil está avançado na cirurgia endoscópica?
A cirurgia endoscópica da coluna ainda é relativamente nova no Brasil, mas o país já se destaca no uso da técnica. "O Brasil tem um grau de desenvolvimento bom nessa área, mas ainda são poucas as pessoas que realizam esse procedimento. No Rio de Janeiro, por exemplo, são poucos profissionais especializados", afirma Tavares.
Curiosamente, o país acaba utilizando essa abordagem minimamente invasiva até mais do que os Estados Unidos. "Lá, eles ainda tendem a optar por cirurgias mais invasivas, como a artrodese", compara.
O futuro da cirurgia endoscópica da coluna
Os avanços na cirurgia endoscópica continuam acelerados, e Dr. George prevê que a técnica será cada vez mais utilizada. "Desde que essa abordagem começou a ser amplamente aplicada, o número de estudos sobre o tema vem crescendo exponencialmente. A tendência é que, no futuro, a cirurgia tradicional fique restrita a raras exceções", avalia.
Uma das principais evoluções que ele já acompanha de perto é a possibilidade de tratar instabilidades da coluna sem precisar recorrer a métodos mais invasivos. "Ainda é um desafio, mas já estamos desenvolvendo alternativas para isso. A expectativa é de um aumento ainda maior das indicações da cirurgia endoscópica", diz.
Mensagem final do especialista
Para aqueles que ainda hesitam em buscar ajuda para dores na coluna, Dr. George deixa um recado. "Existe um receio muito grande sobre a cirurgia de coluna, um certo preconceito. Mas a verdade é que essa área evoluiu muito nos últimos dez anos, reduzindo complicações e proporcionando um pós-operatório muito melhor", ressalta.
Ele reforça a importância de não negligenciar a saúde da coluna. "Lutar pela qualidade de vida é essencial. Não deixem a dor limitar sua vida. Busquem orientação e informação, porque a medicina está sempre evoluindo e há alternativas seguras e eficazes para melhorar a qualidade de vida", conclui.
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