Enquanto nos hospitais faltam camas hospitalares, espaço físico, e utensílios para os profissionais de saúde, no AME de Taubaté estes materiais estão trancados em salas nunca utilizadas.
A busca por leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), é grande. E com a pandemia da Covid-19, a espera só aumentou. No último final de semana, seis regiões do estado de São Paulo bateram recorde no número de internações, entres elas a região de Taubaté.
Atualmente o município tem 93% de ocupação dos leitos de UTI e 89% nas vagas de enfermaria, de acordo com dados divulgados pela prefeitura na última terça-feira, 23 de março.
Enquanto se discute a criação de hospitais de campanha e pacientes aguardam em corredores de hospitais a disponibilidade de leitos, na contramão, o prédio que deveria abrigar a unidade do AME Ambulatório Médico de Especialidades do estado está fechado e antes mesmo de inaugurar já apresenta problemas estruturais, como a queda de parte do teto.
O AME Taubaté teve a inauguração adiada já por duas vezes e um impasse entre prefeitura e estado ainda não foi resolvido.
“A prefeitura está trabalhando para que, da forma mais rápida possível, a necessidade do ar condicionado, assim como qualquer outro equipamento, possa ser solucionada”, disse o secretário de saúde de Taubaté, Mário Celso Peloggia.
O AME tem como finalidade a realização de exames laboratoriais e pequenas cirurgias, mas em tempo de crise poderia abrigar pacientes para o tratamento da Covid 19, mas no entanto abriga poeira.
O jornalismo da BAND teve acesso ao prédio onde parte dos materiais adquiridos estão armazenados. Em uma das salas, cadeiras ainda sem uso estão jogadas um sob a outra, macas, impressoras, bebedouros e armários estão ainda nas embalagens.
Com obra iniciada em 2015, a última previsão dada pelo Estado era novembro de 2020. No mesmo terreno, está sendo construído o Centro de Reabilitação Lucy Montoro. As obras têm custo estimado em mais de R$ 10 milhões.
Governo Estadual
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do estado atribuiu a prefeitura de Taubaté o atraso na entrega do prédio.
"A Secretaria de Estado da Saúde mantém diálogo com todos os gestores para análises técnicas e definição das estratégias assistenciais. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a pasta tem atuado com a premissa de salvar vidas. Com o recrudescimento da doença, este combate segue como eixo prioritário de atuação. Hoje, a região de Taubaté conta diversos serviços aptos a atender pacientes com a doença, incluindo os três serviços estaduais como o Hospital Regional do Litoral Norte, Hospital Regional do Vale do Paraíba e Hospital Regional de São José dos Campos que contribuem com o atendimento da demanda local.
Cabe reforçar que o funcionamento de qualquer serviço no prédio do AME de Taubaté depende da conclusão estrutural e apresentação, por parte do município, com a resolução de pendências apontadas pelo Grupo Técnico de Edificações (GTE) no início do mês. Até o momento, não foram reportadas as providências".