Comerciantes do Vale temem prejuízos de R$ 500 milhões em março com a manutenção da Fase Vermelha

Levantamento do sindicato que representa o setor, fala em perdas de R$ 16 milhões por dia

Lucas Rodrigues, Rádio Band Vale FM

Justiça manteve decisão do Estado, e região segue na fase mais restritiva Rauston Naves/ Vale Urgente
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Rauston Naves/ Vale Urgente

510 milhões de reais. Este é o valor do prejuízo que o comércio regional pode ter em março, devido às restrições impostas pela Fase Vermelha do Plano São Paulo.

A estimativa é do Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté e região (Sincovat), com base em uma pesquisa divulgada pela Fecomércio-SP. Por dia, o Vale do Paraíba pode ter uma perda de R$ 16,5 milhões nos estabelecimentos.

O Sincovat estima que todos os segmentos tenham o desempenho total de suas vendas afetado pela impossibilidade do atendimento presencial no decorrer do mês.

O prejuízo já é sentido desde 2020 pelos empresários. O Newton Ishii, que é proprietário de uma loja de produtos para bebês em Taubaté, relembra o sufoco que que passou durante o primeiro lockdown no ano passado, e acredita que a situação tende a se repetir. "Esse fechamento de agora, não vai ficar só nesse período. Eu acredito que vai se estender. No ano passado, nós ficamos 70 dias com as portas fechadas em uma das nossas lojas."

Antes da pandemia, a loja do Newton contava com 11 funcionários. Esse número caiu quase que pela metade em consequência à crise financeira causada pela covid-19.

Devido ao novo lockdown, ele perdeu as esperanças, e pensa até em fechar a empresa.

"Tá muito difícil! Penso até em fechar as lojas, demitir todos os funcionários. O Governo 'quebra as nossas pernas', e não nos dá nem uma cadeira de rodas pra auxiliar a gente", lamenta. 

E esse é o sentimento geral de quem faz parte do setor comercial na região. Além da queda no faturamento, as demissões vêm neste pacote como consequência dessa crise.

O Presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Taubaté, Dan Guinsburg, acredita que neste momento, será mais difícil ainda manter os funcionários, pois as empresas já não contam mais com os programas de manutenção do emprego

"Os programas que preservavam os empregos, ajudaram a manter o emprego em 2020. Hoje, esses programas não existem mais, então, pelos próximos 15 dias, a folha de pagamento vai sair por conta da empresa", explica. 

Desde o ano passado, os empresários precisaram se reinventar, e aderir aos novos métodos de venda, como drive thru, telefone, whatsapp, e-commerce. Para o presidente do Sincovat, dado os aumentos consecutivos nos combustíveis, registrados nos últimos dias, até o que seria para aliviar o impacto negativo nas vendas, vai pesar no bolso do empresário.

"Hoje estão cada vez mais caras as entregas. Já passamos pelo quinto aumento dos combustíveis, e isso vai encarecer bastante as entregas, trazendo mais um ônus para empresários e consumidores", finaliza. 

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