Cruzeiro soma 14 homicídios e Deinter aponta ação de grupo em Guará e Lorena

Delegados descartam ligação entre homicídios e possível envolvimento de PCC e Comando Vermelho

Por Israel Goldenstein

Cruzeiro soma 14 homicídios e Deinter aponta ação de grupo em Guará e Lorena Rauston Naves/Band Vale
Cruzeiro soma 14 homicídios e Deinter aponta ação de grupo em Guará e Lorena
Rauston Naves/Band Vale

A terceira cidade mais violenta em números absolutos no Vale do Paraíba em 2021 continua com números alarmantes neste ano. Cruzeiro registrou 14 homicídios nos primeiros três meses de 2022. No ano passado, o município teve 42 assassinatos computados pela SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

Somente no último fim de semana entre sexta-feira (1) e domingo (3) a Polícia Militar atendeu três ocorrências de execuções nos bairros Itagaçaba, Vila Brasil e Washington Beleza, em Cruzeiro.

De acordo com a Policia Civil, em quase todos os casos, os criminosos disparam contra as vítimas por meio de emboscada em regiões mais afastadas do Centro da cidade, segundo apuração do jornalista Israel Goldenstein. 

Em entrevista ao programa Vale Urgente da TV Band Vale, o delegado Seccional de Cruzeiro, João Paulo de Oliveira Abreu, afirmou que os crimes cometidos neste ano não têm nenhuma relação com o tráfico de drogas ou até mesmo guerra entre facções.  

“Desses 14 homicídios, não há nada ordenado, uma guerra de facção, não é um grupo tentando impor vontade sobre outro ou guerra sobre ponto de venda de drogas. O que temos são 14 homicídios, 14 motivações diferentes, 14 condições e circunstâncias diferentes. E o outro agravante é que quase metade desses homicídios foram cometidos nos últimos 15 dias”, detalhou o seccional.

Recentemente, uma lista com o nome e foto de várias pessoas que seriam assassinadas em Cruzeiro circulou pelas redes sociais. Quando a pessoa era executada, a postagem voltava a circular com um “X” no rosto da vítima.  

O delegado adjunto do Deinter da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, Marcos Pereira Machado, afirma que a ação dos criminosos não está ligada a pedidos de facções de capitais como o PCC ou o Comando Vermelho.

“Durante as investigações a gente pode perceber que não há envolvimento intenso com facções tanto de São Paulo como do Rio. Pode ocorrer do recebimento de uma compra, envolvimento da criminalidade com essas regiões, mas o que percebemos é que são grupos que atuam numa cidade ou sub-região do Vale. Percebemos um grupo mais do Vale Histórico que está atuando em Guará, que tem relação com Lorena ou Cruzeiro. Não há uma ramificação total no estado”, informou à Band Vale FM.

O secretário executivo da Polícia Militar, conversou com a reportagem da Band Vale FM e afirmou que a situação no Vale Histórico é crítica e precisa de muita atenção. Álvaro Camilo, esclarece que ações voltadas para o setor de inteligência serão realizadas, para tentar baixar o número de assassinatos em Cruzeiro e região.

“A ideia é incrementar mais com o efetivo, não só com Baep e Caep, como também as Forças Táticas da região. Junto com a Deic, trabalhar com inteligência. Nós precisamos identificar antes essas questões para evitar o crime na região”, detalhou o secretário.

Com 43 homicídios, o ano de 2021 fechou como o mais sangrento na história de Cruzeiro desde 2001, quando a estatística da criminalidade passou a ser feita pela Secretaria da Segurança Pública do Estado.

Se o número de assassinatos manter a média atual, com 14 mortes já registradas nesses três primeiros meses do ano, a tendência é que 2022 bata a o recorde de assassinatos.

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