O pinhão, característico da Serra da Mantiqueira, ganha os pratos dos restaurantes de Campos do Jordão e faz sucesso entre os turistas nesta época entre o outono e o inverno. O item também é a principal fonte de renda para 60 produtores que compõem a Associação dos Vendedores de Pinhão. Para este ano, o grupo espera comercializar 500 toneladas da semente, número 20% menor comparado ao ano passado.
O setor foi impactado pela suspensão da Festa do Pinhão, tradicional evento da cidade responsável por escoar boa parte da produção dos associados. Estados como o Paraná e Santa Catarina que em 2020 haviam absorvido o pinhão jordanense também não fizeram encomendas este ano, o que reduziu as expectativas dos produtores.
“O ano passado foi atípico. Parte do pinhão colhido em Campos do Jordão foi enviado para abastecer o Sul do país que registrou queda na produção. Então, nós nos oferecemos para suprir essa baixa, o que foi bom para os produtores daqui que dependem da venda da semente. Só que esse ano, a safra voltou ao normal no Sul e eles não precisaram comprar de outras localidades”, explica o administrador da Associação de Vendedores de Pinhão, Carlos Jobson de Sá Filho.
Sem conseguir vender para outros estados, os produtores contam agora com o interesse dos restaurantes locais que apostam no pinhão como a grande estrela do cardápio.
Chefe de cozinha de um dos restaurantes parceiros da associação, o Robison de Souza prepara para os clientes quatro opções de pratos com a iguaria da cidade. Os mais pedidos são o bolinho de abóbora com pinhão e um picadinho que leva a semente cozida. “O pinhão é típico da nossa terra. Crescemos comendo pinhão e resolvemos mostrar ao público que frequenta o nosso restaurante essa delícia da nossa região”, disse.
Graças ao interesse dos empresários da cidade, a Tânia Mara Tair, uma das produtoras de pinhão de Campos do Jordão, espera vender 500 toneladas este ano. “Pra gente isso representa 20% a mais do que conseguimos vender no ano passado”, explica.