"Esse crime não ficará impune", afirma delegado sobre ataque ao MST em Tremembé (SP)

Mais quatro suspeitos foram identificados, segundo a Polícia Civil, que recebeu reforços de dois delegados e mais 10 investigadores, totalizando 30 policiais no caso

Redação Band Vale

"Esse crime não ficará impune", afirma delegado sobre ataque ao MST em Tremembé (SP)
Velório das vítimas do ataque no assentamento do MST
Felipe Iruata/Reuters

A Polícia Civil de Taubaté reforçou, na manhã desta sexta-feira (17), o avanço nas investigações sobre o ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, interior de São Paulo. O delegado Seccional da cidade, responsável pelo caso, garantiu que o crime será elucidado e que os culpados responderão pela ação.

"Já temos praticamente todos os envolvidos conhecidos. Temos prisões sendo requeridas ao Poder Judiciário através também do Ministério Público. Temos provas sendo construídas a nível pericial através da operação muito detalhada realizada pelo Instituto de Criminalística. E nós temos a certeza que esse crime não ficará impune", declarou.

Ele também ressaltou a gravidade do ocorrido e a postura do Estado diante do caso. "É um evento que traz dor e ele é um evento grave. Nessas condições, o Estado não pode se omitir, o Estado não pode se furtar a sua responsabilidade de usar todos os recursos que dispuser para esclarecer, para identificar, para levar a responsabilidade às pessoas que fizeram", completou.

Avanços na investigação

Outros quatro suspeitos foram identificados, segundo a Polícia Civil, que recebeu reforços de dois delegados e mais 10 investigadores, totalizando 30 policiais no caso. A identidade dos novos suspeitos ainda não foi divulgada. Até o momento, um homem identificado como "Nero", apontado como mandante do ataque, está preso após ter sua prisão temporária decretada no último domingo (12). Outro suspeito com mandado de prisão expedido segue foragido.

Ainda nesta semana, um carro suspeito de ter sido usado no ataque foi apreendido no bairro Piratininga, em Taubaté. O veículo estava escondido em uma área de vegetação. Por determinação do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) também está atuando para aprofundar as investigações.

Ataque ao assentamento do MST

O atentado ocorreu no assentamento Olga Benário. De acordo com o boletim de ocorrência, criminosos chegaram em cinco carros e três motos e dispararam contra os moradores. Gleison Barbosa Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, de 53 anos, líder do assentamento, foram mortos. Outras cinco pessoas ficaram feridas e seguem hospitalizadas.

As vítimas foram veladas no último domingo no cemitério municipal de Tremembé e cremadas no Memorial Sagrada Família. O velório contou com a presença do ministro Paulo Teixeira e da ministra de Direitos Humanos, Macaé Evaristo, que anunciaram medidas de proteção para as famílias afetadas.

Contexto do conflito

O MST afirmou que o assentamento Olga Benário é alvo de disputa imobiliária há anos, envolvendo interesses de exploração para turismo de lazer. O movimento denunciou reiteradas ameaças às famílias residentes na área e reivindicou atenção às suas demandas de segurança. O caso continua sendo acompanhado pelas autoridades, que prometem manter as investigações de forma rigorosa até a responsabilização completa dos envolvidos.

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