Guilherme Boulos prega união da esquerda para eleições presidenciais em 2022

Político do PSOL, ele afirma que oposição deve buscar candidato único para ter chances de vencer

Israel Goldenstein e Solange Moraes

Guilherme Boulos, político e escritor Reprodução/Twitter
Guilherme Boulos, político e escritor
Reprodução/Twitter

Um dos 13 candidatos que disputou a eleição em 2018, Guilherme Boulos (PSOL) não garante estar no pleito de 2022. O político e escritor foi o convidado do Band Entrevista de 6 de março e pregou que a esquerda deve se unir para ter chances de vencer.

Se em 2018, Boulos teve 617 mil votos como candidato à presidente, em 2020, nas eleições para a Prefeitura de São Paulo, ele deu um salto, chegando ao segundo turno contra o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB).

Listado entre os 100 líderes mais emergentes pela revista Time, Boulos tem seu nome em alta no cenário político. Mas afirmou que seu papel na eleição será unificar a esquerda, mesmo que isso envolva não concorrer nas eleições.

“O momento é muito grave para priorizar debates sobre protagonismos. Eu poderia me lançar candidato agora. Estou indo bem nas pesquisas, tem muita gente do meu partido que quer isso. Mas isso não contribuiria para o debate do momento que o Brasil está vivendo. Se a oposição chega com quatro, cinco candidatos, corre o risco de não ir para o segundo turno. Eu vou trabalhar para que a gente tenha unidade”.

Boulos acredita que o cenário das eleições de 2022 será totalmente diferente daquele de 2018.

“Naquela eleição, você teve mais de 10 candidatos. As pessoas foram apresentar seus projetos, o que é legítimo. Agora, estamos vivendo a pior crise da nossa geração. Quando a gente achou que tinha superado a pior fase com a vacina, a gente está pagando o preço do descaso. Estamos no pior momento, batendo recordes de mortes diárias. É uma crise sanitária e econômica. Por isso, eu fiz esse apelo e tenho conversado com várias lideranças da oposição. É momento de a gente ter grandeza histórica para derrotar esse projeto, que é um projeto de horror, é um projeto de atraso”

Boulos foi questionado sobre a queda de credibilidade que a esquerda teve após os escândalos de corrupção envolvendo o governo do PT. Para ele, a corrupção não é exclusividade da esquerda. É algo que acontece na política em geral e precisa ser mudado.

“Associar a corrupção a um governo é não ver o Brasil atual. A corrupção está incrustada no Estado brasileiro e o caminho é uma reforma política. A reforma política exige uma série de medidas. O principal problema está na forma de financiamento de campanha. A empresa financia a campanha e depois que o cara é eleito, vai lá cobrar favor”, afirmou.

Sobre a pandemia, Boulos fez duras críticas a forma como o presidente Jair Bolsonaro tem lidado com a situação.

“Não sou eu apenas que acredita nisso. A ONU acredita, 10 entre 10 infectologistas acreditam. A culpa da pandemia não é do Bolsonaro. Mas quando você tem um presidente da república que deveria dar exemplo e ele fala que é uma gripezinha. Esses dias, em um pronunciamento, ele falou que a máscara faz mal para crianças. Olha o nível de desinformação que ele propaga. Ele usa dinheiro público para fazer estoque de remédios que não são comprovados, em vez de comprar vacina”.

O Band Entrevista conversa todo sábado, às 18h50, na Band Vale com nomes importantes e influentes no cenário nacional.

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